São três os grupos empresariais que concentram a indústria nacional do tabaco em Portugal, cuja produção é responsável por cerca de 15% das vendas de cigarros da União Europeia. Esta é uma das principais conclusões do estudo “O Impacto social e económico da indústria de tabaco em Portugal”, apresentado na manhã desta quinta-feira, em Lisboa, pelo ISCTE Executive Education.
Entre os dados agora divulgados, destaca-se a contribuição das três empresas do setor para os cofres do Estado em cerca de 1,2 mil milhões de euros em 2021. A operação e a comercialização dos produtos da Tabaqueira, da Fábrica de Tabaco Micaelense e da Empresa Madeirense de Tabacos terá rendido ao erário público 3,3 milhões de euros por dia em receitas fiscais naquele ano.
“Atualmente, os três grupos empresariais que constituem esta indústria dinamizam uma atividade económica assente numa longa cadeia de valor, com muitos milhares de outros agentes económicos”, assinala José Crespo de Carvalho em nota enviada às redações. O presidente da Comissão Executiva do ISCTE Executive Education considera ainda esta produção “um dos pilares da indústria portuguesa”.
A análise revela que o volume de negócios médio dos industriais do tabaco, avaliado em 138 milhões de euros, é 106 vezes superior ao das empresas dos diferentes setores de atividade da indústria transformadora nacional.
Considerando não só os cerca de três mil trabalhadores diretamente impactados, o estudo aponta mais de 43 mil pessoas – incluindo distribuição, canais de venda e fornecedores – envolvidas neste universo. É nas regiões autónomas da Madeira e dos Açores, onde estão duas das três empresas do setor, que se verifica uma maior proporção da população ativa ligada a esta indústria.
A Tabaqueira, subsidiária da Philip Morris International e responsável pelo estudo encomendado ao ISCTE, é “o principal operador económico” nesta atividade e “posiciona-se no TOP 50 das maiores empresas portuguesas”, lê-se no documento. Mais de 114,5 milhões de euros foram destinados, em 2021, à compra de produtos a fornecedores nacionais. Entre eles, contam-se a Fábrica de Tabaco Micaelense e a Empresa Madeirense de Tabacos.
O estudo foi apresentado esta manhã, em Lisboa, durante a conferência “Investir em Portugal: Transformação, Inovação e Competitividade” em que participaram a Tabaqueira, a Navigator e a EDP.
Notícia: Diário de Notícias