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Segunda-feira, 17 Fevereiro, 2025
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Seixas prepara-se para receber a grande romaria em honra de São Bento

 

A freguesia de Seixas  festa de 2 a 11 de julho com a realização de mais um Romaria em honra de São Bento, uma das maiores e mais antigas festividades do concelho de Caminha e que todos os anos atrais milhares de romeiros para participarem no culto a São Bento.
Diz a tradição que as ofertas a S. Bento devem ser de coisas brancas, ovos, açúcar, sal, farinha, moedas brancas (prata), e cravos, quando se trata de verrugas ou cravos. É, portanto, um santo milagreiro, especialmente invocado, por razões terapêuticas, para curar doenças da pele e males ruins.
Mas S. Bento é santo mesmo e também particular advogado da convivência pacífica entre vizinhos. Daí a razão porque, à noite, sobre­tudo no Entre Douro e Minho, as mães de tradição mais devota, acres­centam, no fim das rezas em família, a jaculatória popular: «São Ben­tinho milagroso nos livre das coisas ruins, dos males desconhecidos e dos maus vizinhos da porta!»
Festa Religiosa; Animação de rua; Feira Franca e do Alho; Festival de Folclore; Fanfarras e Chaparangas; Orquestras; Bandas de Música; Fogo de Artifício e muitas diverão, é o que prometem as festas deste ano e cujo programa a seguir se apresenta:

PROGRAMA ROMARIA 2019

DIA 2 A 10 DE JULHO – TERÇA-FEIRA
21H00 Início da novena a São Bento, com reflexões da vida e obra
de São Bento, a cargo do Padre Ricardo Esteves

DIA 7 DE JULHO – DOMINGO
09H00 Início da Feira Franca
11H15 Missa no Santuário com o Grupo Coral de São Bento

DIA 9 DE JULHO – TERÇA-FEIRA
09H00 Início da Feira Franca
21H00 Novena a São Bento
22H00 Noite da Juventude
Atuação do Grupo Musical “KALHAMBEKE”

DIA 10 DE JULHO – QUARTA-FEIRA
08H00 Alvorada de Morteiros – Fogo de Artifício
12H00 Tradicional e grandioso “Meio dia de fogo”
12H50 Entrada no recinto da Banda Musical Lanhelense
15H00 Concerto no Largo de São Bento pela Banda Musical Lanhelense
21H30 Entrada da Banda Musical de Monção
22H00 Concerto no Largo de São Bento pela Banda Musical Lanhelense
(Concerto de Musica com bailado de água e luz)
00H30 Monumental Espetáculo de Fogo de artifício da Pirotecnia de Lanhelas
01H00 Despedida das Bandas no Santuário
01H15 ARRAIL MINHOTO
CACHADINHA E SUAS CONCERTINAS

DIA 11 DE JULHO – QUARTA-FEIRA
08H00 Alvorada
09H00 Entrada no recinto da Banda Musical Lanhelense
09H00 Confissões no Santuário
10H00 Entrada da Fanfarra de Crestuma de Vila Nova de Gaia
10H30 Missa Campal no Largo de São Bento
Acompanhada por um grupo polifónico
Sermão por um digníssimo orador
11H30 Majestosa Procissão em Honra de São Bento de Seixas – acompanhada
por Grupo da Escola Equestre – Viana do Castelo
Sermão na Praia de São Bento e bênção dos barcos
16H00 Romaria dos Nossos Maiores
Encontro no Largo de São Bento dos utentes das várias instituições de
Solidariedade Social do Concelho e de quem pretenda se associar
Organização do Centro de Bem Estar Social de Seixas
19H00 Despedida da Banda de Lanhelas
22H00 Grande sarau artístico em frente ao Santuário de São Bento:
Musica Tradicional: Festada Portuguesa
SÉRGIO MIRRA

 

Culto a São Bento na freguesia de Seixas é anterior ao século VI

 

No secular devoção a São Bento na freguesia de Seixas, importa destacar dois acontecimentos que marcam a história deste culto. Segundo o Padre António Silva, que em 1965 publicou no Jornal “Notícias de Viana” um artigo referente ao Santuário de São Bento de Seixas, diz que os dois acontecimento foram precisamente a instituição da Irmandade e a construção do Santuário. É certamente bastante anterior ao século VI a devoção do Santo Patriarca a esta freguesia.
O documento mais antigo é uma Provisão de D. Afonso V, do ano de 1455, a conceder o privilégio para se poder no Souto da Capela fazer a Feira Franca, por ocasião das festas de São Bento.
Por várias vezes foi renovada a petição por parte do concelho e homens bons da vila de Caminha, dos reitores de Seixas.
Até meados no ano de 1848, o Santuário era administrado, primeiro pela Confraria do Subsino, depois pela Comissão da Paróquia (Junta), a que normalmente presidia o pároco.
A Irmandade de São Bento foi criada a 18 de junho de 1848 como consta no livro da Eleição dos Estatutos e Alvará Régio que confirma os mesmos.
O estabelecimento da Irmandade foi decisivo, marcou uma nova época. Porém, de início, não foi pacífica a sua gerência, logo sobressaltada com penalidades e interditos. Houve grandes desentendimentos.
As receitas da capela, despendido o necessário ao culto e reconversão da mesma, faziam parte do benefício paroquial e daí as desavenças que com o tempo se foram serenando.
Não obstante, a Irmandade foi prosperando, mercê da força de vontade dos mesários e por ser intensa a devoção ao milagroso santo, não havendo nas proximidades outro Santuário Consagrado como este.
O do Cossourado, em Coura, é mais recente, deve datar do principio do século XIII.
O rendimento até então não era elevado, começando depois a aumentar progressivamente.
Era constituído pelas esmolas dos romeiros devotos, pela oferta de géneros como o milho, centeio, vindo, azeite, aves, alhos, linho, objetos de ouro e peças de vestuário. Era constituído ainda pelo aluguer dos alpendres e barracas móveis dos feirantes, pelo apuro das pescarias, juros de capital mutuado e ofertas dos benfeitores.
Como a classe piscatória predominava em Seixas, assim o número de Confrades da Irmandade era de pescadores. Por isso foi muito bem aceite a sugestão de oferecer a S. Bento uma noite ou um dia de pesca que se tornou numa tradição que perdura até aos dias de hoje.
Aproximadamente um terço do rendimento era dispendido com as duas festas, a menor em março e a maior em julho. Na primeira havia apenas missa solene, com sermão e assistência de uma música reduzida. Na segunda havia vésperas, missa solene, sermão e procissão, banda, gaiteiros, muito fogo, preso e do ar, que era queimado de cima de um castelo feito de madeira.
Em 1868 foram obtidas indulgencias concedidas por Pio IX e começou a haver jubileu para os confrades e 10 padres confessores.
À festa assistiam sempre 7, incluindo o Pároco.
A armação da capela e o ardor do Santo vinham ora de Caminha, ora de Vila Nova de Cerveira, assim como a cera.
As opas para a procissão vinham de Caminha e o fogo de Viana porque nessa data ainda não havia fabrico em Lanhelas, nem Banda de Música. As mais convidadas era as de Caminha e de Gondarém.
No Santuário, além de São Bento, do qual havia duas imagens, eram venerados outros santos: São Marçal, a 7 de julho, dia da vinda do clamor de Caminha; Santo António, São José, desde os princípios do século XIX; o Senhor dos Aflitos, desde meados do mesmo ano e a Senhora da Conceição em 1870.
O templo atual foi reedificado em 1870, por iniciativa do então Luiz da Irmandade, o Benemérito Pedro José Malheiro. À custa de sacrifícios e dedicações viu realizado este arrojado empreendimento.
Frei José do Bom Sucesso Guerreiro, coevo deste acontecimento, deixou escrito: “A Capela de São Bento destruída e reedificada de novo em 1870, e deram cabo de várias figuras de pedra por fora, as quais se deviam conservar”.
Eis o testemunho importante, pois nos deixa antever qual seria o valor arquitetonico da primitiva e sacrificada capela, da qual não ficou qualquer relíquia.
Sabe-se que tinha 3 altares e em 1847 nela foi aberta uma porta para serviço do púlpito. Em 1846 tinham rasgado mais duas frestas da Capela-Mor, em 1848foi midificado o campanário onde havia só uma sineta e em 1847 também foi mudado o cruzeiro que estava no 3 encruzilhado. Em 1863 foi colocado o “Oratório da Estrada”.
Concluído o novo templo, Manuel João Batista ofereceu o sino grande e a imagem da Senhora da Conceição. O relógio da torre foi obtido por uma subscrição feita em Manaus-Brasil.
A Irmandade foi sempre muito zelosa nos sufrágios pelos confrades falecidos, bem como na assistência material dos confrades inválidos e necessitados. Esta função foi sendo mantida ao longo dos séculos, de modo a transformar a Casa de São Bento, numa Casa de Assistência para toda a freguesia e o Santo Patriarca o seu mais insigne benfeitor.

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