Políticos são o mesmo, sempre e em todo o lado.
Prometem construir pontes, mesmo onde não existem rios.
Nikita Khrushchov
Líder Soviético 1958-1964
Abre a época balnear, contamos as bandeiras das praias, os dias são grandes e calorosos, enfeitamos as ruas com tapetes de flores e quase parece que os problemas e as dificuldades desaparecem.
Olhamos para os balões de São João e o fogo de artifício e esquecemos que são os nossos impostos que os pagam. Os mesmos que têm que pagar os médicos e professores.
Vivemos a folia do consumo, recorremos aos cartões de crédito e fazemos festa, como querendo mostrar ao animador geral do reino Marcelo que o Euro-putativo-candidato Costa está errado quando acusa este povo de sofrer de Ceticismo, diagnóstico de grande mal que certamente o sociólogo Santos Silva, agora presidente da AR, lhe terá segredado antes de uma qualquer conferência de imprensa.
Portugal, a Europa e o mundo ocidental estão a entrar numa crise que só os nossos bisavós conheceram, depois da primeira guerra mundial. Também então os anos 20 foram loucos (para alguns), mas depois o mundo caiu numa grande depressão.
Políticos rigorosos estariam a tomar medidas para estimular a redução do endividamento das famílias, para reduzir os consumos do próprio estado e municípios, a investir em projetos e tomar medidas que reduzam as necessidades de financiamento no futuro.
Gastar os impostos que todos pagamos e que são os fundos públicos, em festas e festanças, como a pagar a 75% de portas e janelas, painéis solares e telhados de proprietários de quintas e vivendas não parece ser o melhor uso para esses dinheiros, que já são muito escassos.
A inflação que no fim do ano nunca será inferior a 8%, os juros a subir que vão sobrecarregar as famílias nos créditos das casas, dos carros e do consumo, parecem não ser sinais suficientes para alertar os nossos Governantes nacionais, autarcas e afins.
As empresas já pedem outra vez moratórias e os Bancos que, depois da saída da Troika, voltaram aos créditos habitação sem garantias reais para apartamentos de Alojamento Local que, por serem agora proibidos em prédios residenciais, vão acabar em crédito malparado, devem estar a pensar que vão ser resgatados outra vez, quando a coisa der para o torto.
É o que pensam todos: como na última crise, virão os estados salvar os Bancos, com os nossos impostos e aumentando a dívida pública, esquecendo que os impostos que vão para pagar juros da dívida não podem ir para pagar médicos e professores, enfermeiros e polícias.
Esquecem também que, o mesmo povo que diz que negociar com Putin e dar-lhe um pedaço da Ucrânia é abrir a porta para ele fazer o mesmo a seguir na Polónia, esse mesmo povo, também diz: os meus impostos serviram para pagar uma vez as tropelias do Salgado, do Berardo e do Vieira, mas chega, não pago mais.
E os nossos filhos só pensam em sair daqui para fora. Ouvem os empresários do turismo queixar-se nas tv’s que precisam de funcionários e não têm. Querem licenciados em Turismo, que falem pelo menos 2 línguas estrangeiras, e oferecem-lhes 40 euros por dia trabalhado, sem garantir qualquer contrato sequer mensal. Sentem-se insultados e os nossos governantes limitam-se a dizer: deviam, seria bom, é o nosso desejo, aumentar os salários 20% em 4 anos. Como se governar fosse ter desejos!
Valha-nos que a 11 de julho temos o São Bento, milagreiro dos Cravos nas mãos. Pode ser que este ano faça o Milagre e se lhe oferecermos Cravos, possa acabar com as Rosas.
Leiria, 28 de Junho de 2022