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Quinta-feira, 28 Março, 2024
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“REFLEXÕES” DE ISABEL CARVALHO VAI SER APRESENTADO ESTE SÁBADO NA BIBLIOTECA DE CAMINHA

É “muito tripeira” como faz questão de sublinhar mas o fascínio que tem por Caminha, terra onde nasceu a mãe, levou-a a trocar a cidade por um local mais tranquilo. Tanto nas palavras como na escrita, nota-se a paixão que nutre por Caminha, pela paisagem e pela gente, de resto fontes inesgotáveis de inspiração.
Formada em direito, sempre soube que queira ser escritora. No dia em que revelou a sua intenção aos colegas eles riram-se. Nunca mais tocou no assunto e, depois disso, quando lhe perguntavam o que queria ser, respondia que queria ser advogada.

E assim foi, Isabel Carvalho formou-se em direito e cumpriu o sonho de adolescente, tornou-se também escritora.
Publicou o primeiro livro em 1993, “Noções Fundamentais de Direito Comunitário”, livro que viria a ser adotado pelo ensino superior. Em 1995 publica “Circular Livremente pela Europa” e em 1998 “Regionalizar Portugal”.
Depois de 3 livros com um caráter mais técnico, Isabel Dias escreve, em 2007, “Espiritualidade e Sociedade no limiar do séc XXI”, um livro onde a autora faz uma incursão por várias religiões, procurando respostas para determinadas motivações.
Em 2015 Isabel Carvalho lança-se numa nova aventura e apresenta amanhã a sua mais recente criação: um livro de poemas que foi escrevendo ao longo da vida e que guardava religiosamente numa caixa de cartão.
“Reflexões” é um livro que reúne várias poesias, inclusive a primeira que escreveu quando tinha apenas 13 anos.
Em entrevista ao Jornal C, a autora falou do seu mais recente livro que vai ser apresentada amanhã à tarde na biblioteca de Caminha.

Jornal Caminhense (JC) – O que é que as pessoas vão poder encontrar em “Reflexões?

Isabel Carvalho (IC) – Este livro reúne uma série de reflexões minhas desde a adolescência até à atualidade. É composto por 82 poemas, 24 dos quais inspirados em Caminha. Este livro é um olhar sobre as quedas de água em Vilar de Mouros, sobre as paisagens da Serra d’Arga, Monte de Santo Antão, Miradouro, momentos que me marcaram e que podem estar, por exemplo, no simples passar de uma procissão. No fundo são momentos que me inspiraram e que me fizeram sentir alguma coisa que posteriormente passei para o papel. Sempre tive essa necessidade.

JC – Caminha é para si um local particularmente inspirador?

IC – É. Caminha é de facto uma paixão. Eu costumo dizer que sou muito tripeira, nasci no Porto e tenho muito orgulho na minha cidade mas Caminha é o meu lugar, um lugar que eu adotei. Acho que isso tem muito a ver com os meus pais. A minha mãe nasceu em Caminha e o meu pai, em 1950, veio cá passar férias.
Para além de se apaixonar pela minha mãe, apaixonou-se também pelo local. Ele costuma dizer que viu esta paisagem e ficou encantado e a partir daí veio sempre passar férias a Caminha. Acho que essa paixão que tanto o meu pai como a minha mãe nutrem por Caminha acabou por me contagiar e de facto as memórias são muitas e muito boas.

JC – Os poemas que fazem parte do livro foram escritos ao longo da sua vida ou são recentes?

IC – É um livro que reúne poemas desde a adolescência. Tem o meu primeiro poema que escrevi aos 13 anos, até ao último que escrevi pouco antes de ter editado o livro. Com a ajuda da editora fiz uma compilação e em conjunto reunimos aqueles que em nosso entender mais poderiam interessar às pessoas. São vários poemas que versam diversos temas, desde a guerra à paz, passando pelo amor que está sempre presente.
Eu sempre que sinto ou penso alguma coisa tenho que escrever. Sou um ser que nunca está dormente, estou sempre à espera de mais, de qualquer coisa diferente e por isso nunca estou satisfeita comigo mesma.

JC – Fale-me um pouco dos seus livros anteriores.

IC – Os 3 primeiros são livros mais técnicos mas que eu acho que eram necessários por que se eu tinha dúvidas em relação a determinados temas, de certeza que outras pessoas também as tinham. O que fiz foi um pouco ir ao encontro dessas pessoas e dessas dúvidas, tentando esclarecê-las, isso aconteceu também com o último livro que escrevi, “Espiritualidade e Sociedade no Limiar do Século XXI”

JC –Fale-me um pouco desse livro.

IC – Como sabe hoje em dia fala-se muito de atentados e o que procurei foi perceber se a religião era efetivamente o fundamento de tudo isso. Procurei perceber como é que se articula a religião, o pensamento filosófico e a sociedade.

JC –Dos 5 livros que já publicou qual foi aquele que mais gostou de escrever?

IC- Entre este que vou apresentar amanhã e o anterior, sinceramente não lhe consigo responder, acho que não consigo escolher. “Espiritualidade e Sociedade no Limiar do Século XXI” foi um livro que me deu muito prazer escrever porque tive oportunidade de descobrir várias religiões e os seus fundamentos. Por outro lado “Reflexões” acaba por espelhar tudo aquilo que eu sou. Neste livro está quase tudo de mim e por isso entre os dois é difícil escolher no entanto posso dizer-lhe que este último é uma paixão maior. É um sonho de adolescente. Quando os meus colegas diziam eu quero ser médico, ou advogado ou outra coisa qualquer, eu dizia sempre que queria ser escritora e a poesia era o meu maior sonho.

JC – Passa muitas horas a escrever por dia?

IC – Quando são livros técnicos sim, estipulo um horário idêntico a um horário de trabalho e dedico-me só àquilo. Quando se trata de poesia é diferente, a inspiração surge no momento e eu passo para o papel. Os meus poemas são resultado disso mesmo, nunca me sentei a uma secretaria para escrever um poema isso não. As coisas surgem por acaso, por vezes inspiradas numa cena de um telejornal, ou porque saí e presenciei qualquer coisa. No fundo é tudo aquilo que num determinado momento me despertou alguma emoção.

JC – Sei que um dos seus livros, “Noções Fundamentais de Direito Comunitário” foi adotado pelo ensino superior. O que representa para si, enquanto autora, este reconhecimento.

IC – Quando eu escrevi esse livro, em 1993, fi-lo porque eu própria, quando estudei direito, percebi que existia a nível do direito comunitário uma lacuna. Existiam alguns livros mas nenhum era em português e os que existiam eram massudos e com uma linguagem muito técnica. Eu percebi que era necessário algo mais leve e então decidi escrever este livro Foi uma grata surpresa quando soube que ele tinha sido adotado por uma Universidade de Lisboa.

JC – Projetos para o futuro? Já tem outro livro em mente?

IC – Neste momento sinceramente ainda não. Mas uma coisa eu tenho a certeza: é que não consigo parar. Mas não tenho nada planeado.

JC – O que é que espera que este seu livro provoque nos leitores?

IC – Acima de tudo partilha de emoções e sentimentos. Espero que os leitores descubram um pouco mais da Isabel, do seu amor por Caminha e que possam refletir sobre determinados temas.

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