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Rally de Portugal 2015 gerou impacto económico de 3 milhões de euros em Caminha

O Rally de Portugal  gerou um impacto económico de 3 milhões de euros no concelho de Caminha, de acordo com o estudo realizado pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo (CIITT) da Universidade do Algarve, em parceria com a Universidade do Minho.

O estudo foi apresentado ontem ao Executivo e vem comprovar a importância do investimento, que gerou um efeito multiplicador extraordinário, tendo ao mesmo tempo permitido recuperar quilómetros de caminhos florestais, o que se revelaria determinante para o desempenho dos bombeiros que, cerca de uma semana depois, foram confrontados com um grande incêndio naquela parte do território.

Fernando Perna, doutorado em Economia Aplicada e responsável pelo CIITT, explicou ontem ao Executivo, detalhadamente, os pontos essenciais do estudo realizado pelo Centro, que iniciou este tipo de trabalho, de avaliação de eventos, com o Euro 2004.

O CIITT trabalhou durante nove meses nestes estudos, que avaliaram o impacto em cada um dos 13 concelhos e também o impacto global para a região Norte, havendo aqui a registar “um retorno de 127,4 milhões de euros na economia do turismo e imagem do destino”.

Em Caminha os entrevistadores encontraram pessoas de 16 nacionalidades, sendo de destacar a presença de Espanha, com maior peso na Galiza, mas com representação de todo o território espanhol. No concelho, à semelhança dos restantes, os visitantes apreciaram sobretudo a paisagem, a gastronomia e a hospitalidade.

Fernando Perna explicou alguns dos fatores que tornam o Rally de Portugal um evento de enorme projeção e rendibilidade para os locais onde se realizam as provas. Desde logo, o especialista referiu o facto de se tratar de um evento vivido em grupo, as pessoas juntam-se para assistir ao Rally e a estada média nos locais foi de três noites. Relevante é ainda o facto de que, para um em cada cinco inquiridos, esta foi a primeira deslocação à região Norte. Igualmente importante é a intenção em regressar, manifestada por seis a nove pessoas, em cada dez entrevistados.

“A política de eventos é cada vez mais importante para atrair visitantes”, disse Fernando Perna. A nível geral outros dados muito significativos para a Região Norte apontados pelo estudo remetem para o número de turistas e visitantes nacionais e estrangeiros, centenas de milhares, tendo 82% deles classificado o destino como bom ou muito bom, e revelado a intenção de regressar à Região.

É um tipo de turismo que gasta dinheiro na economia local, não é a mesma coisa que uma viagem agendada e paga no país de origem, realçou o professor universitário.

Os números permitem pois consolidar o WRC Vodafone Rally de Portugal como um veículo de projeção nacional e internacional de uma boa imagem do Norte de Portugal e em particular de cada um dos 13 municípios que se uniram para que fosse possível o regresso da prova ao Norte do país, depois do Governo ter retirado o apoio de um milhão de euros.

O investimento na edição 2015, por parte do Município de Caminha, foi da ordem dos 150 mil euros. O efeito multiplicador é indiscutível e, como referimos atrás, permitiu melhorar as condições de mais de 18 quilómetros de caminhos florestais, contribuído dias depois para minimizar os efeitos do incêndio que atingiu sobretudo Riba de Âncora, já que os meios dos bombeiros puderam circular com facilidade pela montanha.

 

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