A Assembleia Municipal de Caminha reuniu ontem em sessão extraordinária no centro cívico de Vila Praia de Âncora. Em cima da mesa esteve o estudo de avaliação da rede de estabelecimentos de ensino particular e cooperativo com contrato de associação do qual resulta a não atribuição de turmas do 7º e 10º anos nos próximos anos letivos à Ancorensis Cooperativa de Ensino.
Foram mais de quatro horas de debate onde não faltaram as críticas, as trocas de acusações, momentos de alguma crispação e até utilização de vocabulário menos próprio para uma assembleia como muitos reconheceram.
Em determinadas ocasiões os ânimos aqueceram com o presidente da assembleia, Luís Mourão, a chamar a atenção do público e dos deputados por diversas vezes.
Pais, alunos, professores e encarregados de educação apelaram à continuidade do funcionamento da Ancorensis nos moldes em que sempre funcionou, lembraram as excelentes condições daquele estabelecimento de ensino, a excelência do projeto educativo e as consequências que o encerramento daquela escola pode trazer para a comunidade de Vila Praia de Âncora.
A escola pública também se fez representar através da presença de um número considerável de professores pertencentes ao agrupamento de escolas Sidonio País que ali foram para defender a escola pública e dizer que não é atacando o ensino público que se resolve o problema das escolas com contrato de associação.
Depois das várias intervenções efetuadas no período destinado às intervenções do público, foi a vez dos deputados da assembleia municipal se pronunciarem sobre o assunto.
A bancada do PSD, pela voz do deputado Rui Taxa, teceu duras críticas ao Governo e ao executivo caminhense, com especial destaque ao vereador da educação, Rui Fernandes, a quem acusou de nesta questão, “entrar mudo e sair calado”. Rui Taxa pediu mesmo a demissão do vereador
Os sociais democratas apresentaram uma proposta onde defendem que seja dado, por parte do ministério da educação, um estatuto de exceção à Ancorensis
Posta à votação a proposta apresentada pelo PSD acabaria por ser chumbada.
Por seu lado o PS defendeu, através da apresentação de uma moção, que “junto do ministério seja revalidada a situação na Ancorensis tendo em perspectiva a realização de obras de requalificação da escola básica e secundaria Sidónio Pais, em Caminha. Paula Aldeia foi a porta voz dos socialistas
Posta à votação a moção apresentada pelo PS foi aprovada por maioria, com 20 votos a favor, 3 abstenções e 12 votos contra. O PSD votou contra por considerar que a moção apresentada pelo PS dita a morte lenta da Ancorensis.