O PSD de Caminha acusa Miguel Alves de “tentar justificar de forma extemporânea” que o Rally trouxe retorno financeiro para o concelho de Caminha. Em causa está a presença, em reunião de câmara, de um professor da Universidade do Algarve, que encabeçou um estudo pedido pela ACP sobre o impacto do Rally na economia e imagem do destino – Norte.
Eis o comunicado:
“Dr. Miguel Alves trouxe a Reunião de Câmara, um professor da Universidade do Algarve, que encabeçou um estudo pedido pela ACP sobre o impacto do Rally na economia e imagem do destino – Norte.
O presidente da Câmara tentou justificar, e diríamos, de forma extemporânea, que o Rally trouxe retorno financeiro para o concelho de Caminha.
O PSD tem colocado por diversas vezes , em causa o investimento financeiro feito para este evento, não por estarmos contra o Rally em si, mas porque foram gastos mais de 200 mil euros, em tudo o que envolveu esta etapa, numa altura em que andava a negar apoio a instituições, associações e às famílias do nosso concelho, não tendo havido retorno financeiro efetivo no concelho em geral.
Lembramos todos que umas semanas antes do anúncio deste evento, o presidente da Câmara tinha-se negado a apoiar um torneio de futebol, já com alguma projeção na freguesia de Âncora, porque alegadamente não tinha dinheiro para isso . Qual não foi o nosso espanto e indignação, quando duas semanas mais tarde nos traz a novidade do grandioso investimento no Rally.
Este foi o nosso único entrave, a um apoio total à vinda do Rally, por muito que o presidente da Câmara quisesse fazer transparecer que estavamos contra o evento. Esta nossa posição está atestada nas atas respetivas, onde nos insurgimos contra o diferencial de escolhas de prioridades para o nosso concelho. Aliás o Rally sempre que veio para o Norte veio para Caminha.
O estudo foi explicado e segundo informações do convidado, o Rally trouxe um impacto direto de injeção na economia no valor de 65 milhões de euros para o Norte de Portugal e 3 milhões para Caminha.
Não querendo duvidar do estudo de impacto, que não visou os comerciantes e hotelaria do nosso concelho, aliás, não sabendo sequer que instrumentos usaram para tal verificação, podemos certificar que efetivamente foi o pior dia para todos os comerciantes do concelho, com caixas e caixas registadoras a fixarem os apuros diários nos zero euros.
Lamentamos que o coordenador deste estudo não tenha vindo ao concelho no dia do Rally, porque certamente teria verificado e atestado aquilo que dizemos.
A continuar este investimento, desde que apoiem as instituições e não digam que há dificuldades financeiras para os da terra e bolsas abertas para os de fora, este evento terá de ser repensado , a começar por exigir que uma partida/chegada seja feita no nosso concelho, já que tem 18,5 km de prova pelo monte.
Também deixamos como contributo o desejo de que o concelho inteiro se mobilize para criar momentos de captação de público e turismo, nas horas de pausa do Rally. Caso isto não aconteça, o retorno económico deste evento será igual a nada, sujeitando todos os caminhenses a mais um dia de solidão nos seus estabelecimentos comerciais, como aconteceu este ano, fruto de uma falta de visão estratégica que já é imagem de marca deste executivo.”