A construção de uma linha de Alta Tensão, com 400 kilowatts de potencia, na região do Alto Minho não está esquecida. Foi a mensagem que manifestantes de Portugal e de Espanha quiseram passar quando, ontem à tarde, cortaram o trânsito automóvel na ponte internacional que liga Melgaço a Arbol, dois dos municípios afectados por esta auto-estrada da energia.
Foi uma manifestação que juntou mais de meio milhar de pessoas e contou com o apoio da sociedade civil, mas também de associações e das autarquias dos dois lados da fronteira, como revelou à Rádio Caminha Manuel Baptista, autarca de Melgaço que apoiou o protesto.
Em causa está a construção de uma linha eléctrica de Alta Tensão que vai ligar a Rede Eléctrica Nacional à espanhola, desde o distrito do Porto à Galiza, passando por Braga e Viana do Castelo. Só no Alto Minho, a linha vai passar em oito dos 10 municípios.
O estudo de impacto ambiental já esteve em discussão pública, mas os protestos aumentaram de tom quando se percebeu que não avaliava o impacto que a mais potente linha eléctrica alguma vez construída em território nacional vai ter na saúde pública.
Sem qualquer feedback da REN (Rede Eléctrica Nacional), o autarca de Melgaço explica que a manifestação de ontem serviu para mostrar que o problema não está esquecido.