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Quinta-feira, 28 Março, 2024
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Peditório e Abaixo Assinado para a Colocação de uma Bandeira Nacional no Forte da Ínsua

José Verde de Barros*
Ex-Caixeiro-Viajante
*pseudónimo devidamente identificado pela Direção do Jornal C

Espero que os primos de Âncora, descendentes do Trisavô Firmino que nos tempos de Eça de Queiroz teve 19 filhos (todos da mesma senhora) e que povoaram, além da Vila Praia, enchendo as antigas listas telefónicas, outras terras além atlânticas; não me levem a mal, mas, o Forte da Lagarteira e o Forte do Cão estão em terra e portanto, ninguém duvida que são portugueses.

Já no que à Ínsua respeita, basta um fim de tarde na magnifica esplanada do hotel El Molino em Camposancos para, coscuvilhando as conversas alheias, ficarmos a saber que 2/3 dos espanhóis perguntam se a Ínsua é espanhola ou portuguesa porque parece, pelo efeito paralaxe, estar mais perto de Espanha e os portugueses que por lá param, se não forem minhotos, partilham das mesmas dúvidas.

Felizmente, há sempre um diligente empregado, o barqueiro de serviço ou um orgulhoso minhoto que contribui para a formação em história e geografia desses incautos e lhes explica a história do forte, a importância na Reconquista da Independência em 1640 e que até contribuiu para que, durante quase 2 décadas as terras de La Guardia e o Rosal, até ao Tomiño; terem sido portuguesas.

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Em verdade, se na Ínsua for colocada uma bandeira nacional, à semelhança da que existe por exemplo no Parque Eduardo VII em Lisboa, onde não faz falta nenhuma, perde-se a oportunidade deste tema de conversa em férias, mas, será a bem da imagem de Portugal.

Podemos imaginar que entre as várias entidades com responsabilidades na Ínsua e, já agora, o privado que encerrou o forte a visitas que não as pagas nos seus programas, discutir e aprovar uma ideia destas levará anos. E decidir quem paga e faz, ainda mais.

A direção de faróis da Autoridade Marítima Nacional, dirá que só lhe cabe manter o farolim a funcionar. O IGESPAR dirá que estando o forte concessionado por 50 anos, nada lhe cabe fazer a não ser verificar que o património é preservado. A Marinha dirá que o forte não tem funções militares e que não tem dinheiro sequer para Bandeiras decentes nas instalações do Camarido.

Restará o privado concessionário ao qual, apesar de provavelmente não ser obrigado no contrato de concessão a fazê-lo, só lhe ficará bem em termos de imagem pública; preservar e recuperar o património e, isso inclui todos os sinais e símbolos históricos e nacionais, nos quais o mais básico elemento é a Bandeira Nacional.

A Câmara de Caminha, que recebe a mísera renda de 1.001,00 € por ano, dirá ou que não tem recursos ou que, pelo contrato com os privados, nada lá pode fazer. E também porque já pagou 300.000,00 € de renda antecipada dum Centro de Exposições que terá muitas bandeiras. Diria eu, se a minha avó Isabel não me tivesse avisado desde garoto para não me meter em políticas: mas como é que uma câmara e um governo do mesmo partido no prazo de menos de 1 ano, fazem 2 contratos, ora como Senhorio ora como Inquilino, que são dignos de uma tese de doutoramento em imobiliário?

Deixemos então a política e, se outra solução não restar, proponho ao Jornal C – O Caminhense que, organize um Peditório e um Abaixo Assinado para a colocação da BANDEIRA NACIONAL NA ÍNSUA.

Reunidos os fundos durante as festas de Santa Rita e Senhora da Agonia (a de Caminha que não a de Viana) que sejam enviados, ambos, os fundos e o abaixo-assinado, ao Sr. Almirante Gouveia e Melo que parece ser a única pessoa neste país que não gastará o dinheiro mal gasto e será ainda capaz de colocar de novo a Bandeira Nacional num forte que daqui a 20 anos celebrará o IV centenário.

É que, além do mais, a Ínsua acrescenta 250 km2 ao Mar Territorial Português, definindo a fronteira marítima com Espanha a meio caminho entre a Ínsua e a “Punta de Santa Tegra” e não a sul da Ínsua, como muitos pensam.

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