A Infraestruturas de Portugal (IP) espera poder finalizar os trâmites do concurso da primeira parceria público-privada (PPP) da linha de alta velocidade em meados de 2025, arrancando depois com o projeto e obra, disse hoje um vice-presidente.
Depois do lançamento do concurso público para o primeiro troço da nova linha (Porto-Oiã) na semana passada, “vai seguir-se, agora, a preparação das propostas por parte dos consórcios, está previsto em meados do mês de junho receber as propostas, avaliá-las, e ter a conclusão do processo de concurso em meados do ano de 2025”, disse Carlos Fernandes, no Porto.
O responsável pela ferrovia na IP falava na apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã (PUC), que decorreu hoje na Câmara do Porto, esperando “arrancar com a parte dos projetos e de construção a partir de meados de 2025”.
“O segundo concurso, entre Oiã e Soure, está também já em fase de preparação. Vamos deixar que os concorrentes tenham tempo para preparar estas propostas até ao mês de junho e, em junho então, lançaremos o segundo concurso”, disse ainda à audiência.
Quanto à terceira PPP, correspondente ao troço entre Soure e Carregado, “está também já em preparação, e irá para Avaliação de Impacte Ambiental nos próximos meses”, segundo Carlos Fernandes.
As empresas ou consórcios interessados em concorrer à primeira PPP da alta velocidade (Porto-Oiã) devem fazê-lo até às 17:00 de dia 13 de junho, e o procedimento tem um valor de 1,66 mil milhões de euros, a que se podem somar 480 milhões de euros de fundos europeus, perfazendo assim 2,14 mil milhões de euros.
O procedimento de avaliação considera o preço um fator com 70% de ponderação, e a qualidade 30%.
No total, esta PPP implica um custo de cerca de 4,3 mil milhões de euros até 2055, segundo a resolução do Conselho de Ministros, sendo repartido por 31 anos um “montante de 4.269.507.412,38 euros”, relativo à concessão ao vencedor do concurso público.
A linha de alta velocidade deverá ligar as duas principais cidades do país em cerca de uma hora e 15 minutos, com paragens possíveis em Gaia, Aveiro, Coimbra e Leiria.
A primeira fase (Porto-Soure) deverá estar pronta em 2030, com possibilidade de ligação à Linha do Norte e encurtando de imediato o tempo de viagem, estando previsto que a segunda fase (Soure-Carregado) se complete em 2032, com ligação a Lisboa posteriormente, mas assegurada via Linha do Norte.
Prevê-se a realização de 60 serviços por dia e por sentido, dos quais 17 serão diretos, nove com paragens nas cidades intermédias (Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia), e 34 serviços mistos (com ligação à rede convencional).
O projeto prevê transportar 16 milhões de passageiros por ano na nova linha e na atual Linha do Norte, dos quais cerca de um milhão que atualmente fazem aquela viagem de avião.
Paralelamente, está também a ser projetada a ligação do Porto a Vigo, na Galiza (Espanha), com estações no aeroporto Francisco Sá Carneiro, Braga e Valença (distrito de Viana do Castelo).
No total, segundo o Governo, os custos do investimento no eixo Lisboa-Valença rondam os 7 a 8 mil milhões de euros.