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Sábado, 5 Outubro, 2024
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País: Cresce o número de peregrinos estrangeiros nos caminhos portugueses de Santiago

O número de peregrinos estrangeiros aumentou em 2022 nos Caminhos portugueses para Santiago de Compostela, na Galiza, e o Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, é a principal porta de entrada dessas pessoas, foi ontem divulgado.

Em declarações aos jornalistas, no Museu do Mar, em Vigo, Espanha, durante um seminário no qual foram presentados os resultados do projeto de cooperação transfronteiriça “Facendo Caminho”, o diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da eurorregião Galiza–Norte de Portugal (GNP, AECT), Nuno Almeida, destacou que, em 2022, foram contabilizados 123.800 peregrinos, do total de 438 mil que chegaram a Santiago de Compostela.

“O importante é valorizar, do lado português, o apoio incrível que tem vindo a ser conseguido através do Aeroporto Sá Carneiro, no Porto”, destacou Nuno Almeida.

O responsável adiantou que, face aquele número, os caminhos portugueses já ocupam o segundo lugar no ‘ranking’ dos peregrinos que chegam à capita da Galiza, sendo que a liderança continua a pertencer ao caminho francês que, em 2022, registou 227 mil peregrinos.

O diretor do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial da eurorregião Galiza–Norte de Portugal referiu ainda que, no primeiro trimestre do ano, 2.831 peregrinos percorreram os dois caminhos portugueses, o do Interior e o da Costa, já certificados, do total de 7.029 pessoas que chegaram a Santiago de Compostela.

Já o Caminho francês registou 1.532 peregrinos.

Entre o “número crescente” de peregrinos de diferentes países e procedências que convergem para o caminho português, Nuno Almeida destacou os da Coreia do Sul, Alemanha e Estados Unidos da América.

“Em 2022, cerca de 20 mil portugueses percorreram o itinerário religioso, sendo a quarta nacionalidade, atrás da Espanha, Itália e Estados Unidos”, sublinhou.

Nuno Almeida defendeu a necessidade de “reforçar a frente interna, não só a região Norte, mas também as regiões mais a sul, o Alentejo ou Lisboa”.

O GNP AECT Norte de Portugal–Galiza juntou hoje, no Museu do Mar de Vigo, em pleno Caminho Português da Costa, uma centena de especialistas e pessoas ligadas aos Caminhos de Santiago.

O projeto foi desenvolvido conjuntamente pelo GNP, AECT, a Agência de Turismo de Galiza, a Entidade Regional de Turismo do Porto e do Norte de Portugal e a Direção Regional de Cultura do Norte, para consolidar os caminhos portugueses na eurorregião e fomentar o seu aproveitamento sustentável como recurso patrimonial, cultural, natural e económico.

O projeto “Fazendo Caminho” tem sido desenvolvido no âmbito do programa Interreg VA – POCTEP, com um custo total de 657.499,57 euros, dos quais 493.124,68 euros são financiados por fundos FEDER.

Do lado espanhol há oito caminhos certificados. Do lado português dois, estando outros dois em fase de análise.

O último caminho a ser certificado foi o da Costa, em fevereiro de 2022. O percurso tem 138 quilómetros de extensão e atravessa os concelhos do Porto, Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença, e é o primeiro que a TPNP candidatou à comissão de certificação, após a assinatura em 2021 do memorando de entendimento com 10 autarquias da região.

No Museu do Mar foram ainda apresentados o Guia Digital “Facendo Caminho”, que inclui todos os caminhos portugueses de Santiago na eurorregião, e um estudo sobre os aspetos arquitetónicos e paisagísticos divergentes dos caminhos portugueses, desenvolvido por Jóni Vieira e Ricardo Vieira.

O projeto “Facendo Caminho” nasceu em 2020 para consolidar todas as rotas do caminho português de Santiago na eurorregião Galicia-Norte de Portugal e fomentar o seu aproveitamento sustentável como recurso patrimonial cultural e natural transfronteiriço capaz de gerar atividades turísticas e económicas que contribuam ao desenvolvimento socioeconómico deste território.

Os Caminhos de Santiago são uma rota milenar seguida por milhões de peregrinos desde o início do século IX, quando foi descoberto o sepulcro do apóstolo Santiago.

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