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No ano em que completa 15 anos, Hospital Particular de Viana anuncia novas unidades para o distrito

 

O Hospital Particular de Viana do Castelo (HPVC) assinalou no passado dia 30 de abril o 15º aniversário de atividade no distrito.

No ano em que comemora 15 anos, a unidade hospitalar de Viana prepara-se para arrancar em breve com mais dois novos projetos. O Jornal C entrevistou o sócio fundador, Luís Belo, que fez o balanço dos 15 anos de atividade do Hospital e falou dos novos projetos.

 

Um balanço francamente positivo

“O balanço que fazemos destes 15 anos de atividade é realmente muito positivo. Estamos a falar de uma atividade em crescendo que se deve essencialmente a 3 fatores: à celeridade, à qualidade e à diversidade das especialidades que vamos tendo. Na maioria dos casos as pessoas têm consulta no mesmo dia e oferecemos uma grande variedade de especialidades. Posso dizer que o Hospital tem praticamente todas as especialidades do foro médico. A conjugação destes 3 fatores permite que tenhamos uma adesão cada vez maior da população do Alto Minho aos nossos serviços”.

Para o médico Luís Belo a existências destes 3 fatores tem permitido ao HPVC “um crescimento sustentado e sustentável. Essa sustentabilidade permite-nos também repensar o futuro e pensar em novos projetos que já temos em curso”.

 

HPVC avança com novos projetos no distrito

Neste momento já está em instalação uma unidade em Ponte de Lima, um edifício construído de raiz, que dentro de um ano deverá entrar em funcionamento.

“Trata-se de uma unidade de raiz que vai contemplar consultas, uma unidade de radiologia e um serviço de fisioterapia. Esta unidade deverá estar pronta no final deste ano e se tudo correr como planeado entrará em funcionamento no início de 2020”.

Em Valença não será uma unidade de raiz, será num edifício adaptado, que visa também as consultas de especialidade e fisioterapia. “Para além deste temos um outro projeto de maior envergadura que nascerá no coração da cidade, num espaço que já adquirimos, e cujo projeto arquitetónico já está a ser trabalhado”.

Segundo Luís Belo trata-se de um projeto que terá “um “grande impacto não só do ponto de vista arquitetónico porque se trata de um edifício muito bonito, mas também pelos serviços que vai albergar. Estamos a falar de uma unidade de fisioterapia muito grande que vai ter entre 50 a 60 camas. É um projeto que estamos a estudar e que se for aprovado tentaremos concretizar”.

Para além dos distrito de Viana do castelo, o HPVC também está no concelho de Barcelos.

“Trata-se de uma unidade que foi adquirida a uma outra instituição e que já está em funcionamento há 10 anos. É também uma unidade com uma boa resposta, tivemos que remodelar todo o edifício quer na sua parte física quer, funcional e neste momento também está a trabalhar muito bem, é auto-sustentável o que para nós é muito animador”.

 

“É urgente pensar o futuro da saúde em Portugal”

Para o médico Luís Belo a aposta em novos projetos tem a ver com o desenvolvimento da saúde no país.

“Apesar de eu ser um defensor do Serviço Nacional de Saúde, a verdade é que os serviços têm que ser cada vez mais céleres e eficazes. O que se tem verificado a nível nacional é que os hospitais privados têm um crescimento muito acentuado representando cerca de 30% dos cuidados de saúde que se prestam neste país. Só para se ter uma ideia em 2018 efetuaram-se 7 milhões e 600 mil consultas e 350 mil cirurgias. Apesar do Serviço Nacional de Saúde ser a bandeira da saúde deste país, e todos devemos lutar para que ele tenha cada vez mais qualidade, a verdade é que por vezes não consegue dar resposta. Toda a gente tem consciência disto e os números são conhecidos. Assim sendo e na ausência de uma resposta por vezes eficaz por parte do Estado, convencionar os serviços privados como complemento parece-me ser o futuro”, sublinha.

O envelhecimento da população portuguesa está segundo o médico Luís Belo, a tornar os hospitais públicos obsoletos. “Não só naquilo que são as suas estruturas físicas, estamos a falar de hospitais com mais de 30 ou 40 anos, alguns até mais, mas essencialmente porque a população está a envelhecer e as pessoas estão mais sensíveis aos cuidados de saúde. Julgo que são dois fatores extremamente importantes”.

Mesmo com o complemento dos serviços privados, Luís Belo tem muitas dúvidas quanto ao futuro.

“Com a taxa de envelhecimento que estamos a ter, uma das maiores do mundo, se não nos prepararmos com boas estruturas de saúde públicas e privadas, trabalhando em conjunto, não sei o que é que irá acontecer à saúde dos portugueses. Na minha opinião vai ser uma situação dramática e eu vejo muito pouca gente a refletir sobre isto. Neste momento discute-se a lei de bases da saúde mas vejo muito pouca gente a pensar neste desequilíbrio demográfico que é assustador. Dentro de um ano teremos 3,5 milhões de pessoas idosas e se não houver cuidados e planeamento, se não houver estruturas céleres e de qualidade, eu não sei para onde irá a saúde deste país o que é uma pena”, lamenta.

Segundo Luís Belo Portugal é neste momento o 14º país em termos de qualidade de saúde a nível mundial, “e isto foi conseguido com o esforço de uma geração que curiosamente foi a minha e que trabalhou e lutou para pôr Portugal em números muito aceitáveis a nível mundial. Eu arrisco-me a dizer, com a relatividade necessária, que nós temos dos melhores serviços de saúde do mundo, mas o futuro vejo-o muito sombrio”, alerta.

Para Luís Belo é imperioso começar a discutir “a sério” a saúde em Portugal “sob pena de se gorar todo um trabalho feito nos últimos 40 anos. Os portugueses habituaram-se a ter um bom serviço de saúde e eu não sei como será daqui a 10 ou 15 anos se não se encontrarem estruturas e quadros técnicos habilitados. Arriscamo-nos a ficar com um serviço degradado”.

O Hospital Particular de Viana do Castelo conta com 200 funcionários de quadro e vários colaboradores, ao todo são 300 pessoas que prestam serviço na instituição.

Unidade de V.P. Âncora é um bom exemplo de parceria

O Hospital Particular de Viana do Castelo também já chegou ao concelho de Caminha, nomeadamente a Vila Praia de Âncora, através de uma parceria que Luís Belo considera um bom exemplo.

“É um projeto muito curioso e demonstrativo de como se devem aproveitar as estruturas já existentes, é assim que deve trabalhar. Como sabe existia ali um polo de altíssima qualidade que são as piscinas de Vila Praia de Âncora, um projeto bem gizado mas pouco rentabilizado. Nós tivemos a feliz ideia de ir ver o projeto, contatar a Câmara Municipal ao tempo e fazer uma parceria que eu considero que foi excelente. Temos lá um polo de fisioterapia muito grande, bem desenvolvido e de excelente qualidade e neste momento posso dizer-lhe que já começamos a não temos espaço suficiente para responder às solicitações. É um projeto muito curioso bom para nós e para os nossos utentes e também para a Câmara que desta forma obtém alguns proveitos. Um trabalho exemplar”.

O médico Luís Belo terminou com um apelo à sociedade e aos políticos em particular, “para todos estarmos atentos e discutir estes assuntos porque o problema da saúde não é só dos técnicos de saúde, é um problema da sociedade em si e por isso todos temos que ter um papel ativo e refletir no que nos espera para o futuro”, rematou.

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