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Quinta-feira, 6 Fevereiro, 2025
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Miguel Alves: “O PSD tem vergonha do seu passado”

O presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, teceu duras críticas ao PSD no decorrer da última Assembleia Municipal que se realizou na passada quarta-feira no Valadares Teatro Municipal com a questão do lítio a dominar o debate.

PS e PSD apresentaram as suas moções contra uma possível extração de lítio na Serra d’Arga, a CDU optou pela abstenção por considerar que não faz sentido ser apenas contra a extração do lítio num determinado território e ser a favor no resto do mundo, e o público também se manifestou contra através do Movimento SOS Serra d’Arga.

Em suma, todos se manifestaram contra uma possível extração de lítio na Serra d’Arga.

Miguel Alves encerrou o debate sobre esta matéria e não poupou criticas ao anterior executivo a quem acusou de no passado ter viabilizado a prospecção de lítio no concelho de Caminha, criticas que se estenderam aos atuais vereadores da oposição, nomeadamente à vereadora Liliana Silva.

O autarca começou por informar que tinha recebido uma notificação da Direção Geral de Energia (DGE) com um pedido de pronunciamento para uma área específica, identificada, para lançamento de futuros concursos para prospecção de lítio e outros minerais.

O mapa, explica Miguel Alves, “é pouco claro e abrange uma área bastante grande do concelho de Caminha”.

Perante a evidência, a Câmara tomou uma posição que o presidente da Câmara considerou ser coerente com o trabalho que está a ser desenvolvido para a Serra d’Arga e cujo objetivo final é a sua classificação como área protegida de interesse regional. Por isso mesmo, sublinha o autarca, “neste espaço não cabe nenhuma mineração”.

Miguel Alves acusou o PSD de no passado nunca ter sido contra a prospecção de Lítio na Serra d’Arga.

“É preciso que todos percebam qual é a posição do PSD nesta matéria. Não podemos hoje, a pretexto de querer agradar as redes sociais, termos uma posição diferente daquela que tivemos no passado. O PSD desde 2001 nunca foi contra a prospecção/extração de lítio na Serra d’Arga, nunca.

Eu próprio, quando recebi o mapa da Direção Geral de Energia, tive a curiosidade de perceber porque é que existiam uns hiatos, um buracos a branco no mapa do nosso concelho. Perguntamos à DGE e o que eles nos disseram foi que esses espaços a branco, esses hiatos, correspondiam a zonas que já tinham ido a concurso e que tinham sido ganhas por uma empresa que já tinha feito prospecção de lítio na Serra d’Arga com o parecer favorável da Câmara de Caminha e que o passo seguinte será a abertura de um concurso de exploração nesses espaços”.

Citando uma recente entrevista de Júlia Paula Costa a um órgão de comunicação social local, Miguel Alves sublinha que a ex-autarca confirmou esses dois pareceres favoráveis à prospecção/extração de lítio no concelho, e mostrou surpresa pelo facto do PSD atual não acreditar em Júlia Paula Costa.

Para Miguel Alves o PSD nesta matéria “não é confiável” e desafiou a oposição a tomar uma posição clara sobre o assunto.

“Era preciso que o PSD tomasse uma atitude e dissesse, nós enganámo-nos, erramos, estivemos mal e então depois eram chamados a estar aqui. Mas não, seguem o caminho de não dizer nada, não dizer nada e chutar para a frente, mas são muito amigos da Serra d’Arga”, ironizou.

Prosseguindo com as referências ao passado, Miguel Alves acrescenta que “podíamos já nem sequer estar a ter esta discussão porque a Serra d’Arga já podia ser uma área protegida, mas foi precisamente Caminha que nunca quis que isso acontecesse, sempre se opôs a um projeto maior com os municípios vizinhos”.

Nas últimas semanas a Câmara diz ter andado a estudar esta matéria, “temos tido vários encontros com especialistas ligados a Universidades, temos tido encontros com os municípios vizinhos e a nossa expetativa é que o tempo nos vai ajudar a provar é que para além de este não ser um bom lugar, nem sequer é um bom negócio, é esta a nossa expetativa”, disse.

Miguel Alves lamentou que o PSD tenha votado contra a moção apresentada pelo PS considerando que o fez “por ter vergonha do seu passado”.

O autarca disse ainda que não parte para este combate “com quem o está a esfaquear pelas costas”, acusando dirigentes do PSD de o terem insultado.

“Quando tornei público aquilo que sei sobre esta matéria, que em 2010 a Câmara não se tinha pronunciado contra os pedidos de prospecção, fui arrasado por declarações de grande eloquência da senhora vereadora às vezes, deputada sempre, Liliana Silva. Chamou-me mentiroso, que não havia nada, fui arrasado mas calei-me e continuei a tentar resolver a situação com coerência porque isso é muito importante”, frisou.

Nos próximos dias a Câmara vai continuar a trabalhar num posicionamento que será posteriormente dado a conhecer à Câmara e também à Assembleia Municipal, como garantiu Miguel Alves.

“Um posicionamento que parte de primícias políticas e científicas.”, disse.

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