Nova criação de Vitor Hugo Pontes será apresentada na sala principal do Theatro Circo em Braga, no próximo dia 19 de Abril às 21h30.
Margem tem como inspiração o romance de 1937 de Jorge Amado, Capitães de Areia, que retrata um grupo de crianças e adolescentes abandonados que vivem nas ruas de São Salvador da Baía, roubando para comer, e dormindo num trapiche – um armazém onde, como uma espécie de família, se protegem uns aos outros e sobrevivem a um dia de cada vez. 80 anos depois da publicação do livro, quisemos questionar quem são os novos capitães de areia, inspirando-nos na realidade social destas crianças, e conscientes de que nem sempre há finais felizes.Quem são estas pessoas que são colocadas à margem, e quando é que essa marginalização começa? Na casa de partida da vida, temos todos as mesmas hipóteses ou alguns partem para a luta já em défice? Há formas de quebrar isso? Quais? A sério? De certeza? Será realmente admirável o mundo novo que conseguimos construir com todos os nossos ideais de igualdade para todos? Numa ideia de teatro documental, e em colaboração com Joana Craveiro, este projecto é alicerçado num trabalho junto de jovens que foram privados do ensino, da alimentação, de carinho, de um pai, de uma mãe, jovens que cometeram crimes, jovens que partiram em défice ou que se viram em défice por razões que muitas vezes lhes são alheias. Jovens e crianças que, não obstante, continuam a lutar pela sua liberdade, e, nalguns casos, para inverter o tabuleiro do jogo – o tal onde, lado a lado, na casa de partida, já éramos diferentes uns dos outros, como uma fatalidade.
Direcção: Victor Hugo Pontes | Texto: Joana Craveiro | Cenografia: F. Ribeiro | Música: Marco Castro / Igor Domingues (Throes + The Shine) | Direcção técnica e desenho de luz: Wilma Moutinho | Interpretação: Alexandre Tavares, André Cabral, David S. Costa, Hugo Fidalgo, João Nunes Monteiro, José Santos, Magnum Soares, Marco Olival, Marco Tavares, Nara Gonçalves, Rui Pedro Silva e Vicente Campos | Estagiários: Beatriz Baptista (Ginasiano Escola de Dança) / João Filipe Abreu (FCSH) | Consultoria artística: Madalena Alfaia | Direcção de Produção: Joana Ventura | Parcerias: Centro de Educação e Desenvolvimento de Pina Manique – Casa Pia de Lisboa e Instituto Profissional do Terço | Apoio à Residência: Centro Cultural Vila Flor | Co-produção: Nome Próprio, CCB-Fábrica das Artes e Teatro Aveirense | A Nome Próprio é uma estrutura residente no Teatro Campo Alegre, no âmbito do programa Teatro em Campo Aberto