“Desilusão”. É assim que a líder da concelhia do PSD de Caminha define os três anos de mandato do presidente da Câmara Municipal de Caminha, Miguel Alves.
Entrevistada pela Rádio Jornal Caminhense, Liliana Silva não tem dúvidas em afirmar que a gestão do socialista fica marcada “pelo encerramento da Ancorensis e pela vinda do Continente para a rua principal de Vila Praia de Âncora, que levou ao encerramento de inúmeros comércios”. Salienta ainda o facto de o “concelho estar mais sujo, fruto da mudança da companhia de limpeza de resíduos urbanos”. “É só isso que temos, um concelho sem qualquer novidade ou estratégia”, atira
Para a líder da concelhia laranja, não há obras estruturantes desde executivo socialista. “Das obras que prometeu, não fez nenhuma. O que lhe valeu foram aquelas obras que o PSD lhe deixou prontas a avançar”
A também vereadora do PSD diz que “este presidente vive agarrado ao passado porque não consegue justificar inércia do presente”, dando o exemplo das contas da autarquia.
Liliana Silva diz que “a má gestão do actual presidente levou o município para um estado catastrófico”, lembrando que quando Miguel Alves tomou posse havia mais de 2,4 milhões de euros em bancos e a câmara pagava a 90 dias
A social-democrata recorda ainda o caso da água para justificar a má gestão do actual presidente. Liliana Silva diz que o edil de Caminha “escondeu de toda a gente que não estava a pagar a água” e, como não tem justificação, inventou uma dívida de mais de sete milhões de euros deixada pelo anterior executivo
Sobre os processos judiciais que o presidente da câmara tanto fala, a líder da concelhia diz que este executivo também os tem, assim como vários municípios do país. “Não vejo nenhum autarca sistematicamente a queixar-se assim tanto do passado. Mas quer falar de processos? O sr. presidente fala do processo do Âncora Praia e não existe nenhum processo. Há também a questão do continente. O presidente contratou uma assessoria de 90 mil euros para se defender”
Em relação ao Mercado Municipal, Liliana Silva diz que o autarca socialista errou “e tem que assumir esse erro”, recordando que o PSD já o tinha alertado para o facto de estar a lançar um concurso de ideias para um local que já tinha um projecto aprovado, no âmbito da Polis, que era quase “a menina dos olhos de ouro do anterior executivo, a marginal de Caminha”
A vereadora social-democrata reitera que a proposta de PDM apresentada por este executivo é “uma mão cheia de nada e castradora para o concelho” e revela que o anterior executivo só não avançou com a revisão do Plano Diretor Municipal muito por culpa de José Sócrates, que “alterou as leis a meio do percurso”
Liliana Silva diz também que estes três anos de gestão socialista ficam também marcados pelo encerramento da escola Ancorensis Cooperativa de Ensino. O presidente da Câmara e as políticas do actual executivo liderado por António Costa são os principais responsáveis pelo fecho da escola, aponta a líder da concelhia do PSD
A presidente do PSD/Caminha acusa ainda este executivo de atacar “brutalmente” Vila Praia de Âncora, dando o exemplo dos logótipos das camisolas do Âncora Praia Futsal.
Liliana Silva salienta que não tem nada contra as “festas e festinhas”, desde que tenham alguma estratégia. Diz que o PSD também vai ver o Rally, mas não concorda com os “valores exorbitantes” gastos na prova.
Sobre o festival Vilar de Mouros, diz que o PSD mostra-se satisfeito com o regresso do festival , mas critica a forma como o executivo conduziu o processo, nomeadamente o protocolo assinado com uma “empresa que nem sequer tinha número fiscal”.
Quanto às próximas eleições, Liliana Silva não abre o jogo sobre quem vai ser o candidato do PSD à câmara de Caminha.
Questionada sobre a possibilidade de avançar com uma candidatura, a líder da concelhia laranja disse apenas que todos os cenários estão em aberto
Liliana Silva entrevistada pela Rádio Jornal Caminhense