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Sexta-feira, 18 Abril, 2025
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INCUBADORA VERDE DE ARGELA, O QUE NASCE TORTO…

Uma Incubadora não são 4 paredes, 21 mesas, cadeiras e armários, telefones, um “Coordenador” e um Assistente Operacional, horários de serviços públicos, entradas e saídas controladas, 2.000 fotocópias grátis por ano e 48 horas de chamadas de telefone fixo.

Isto é um qualquer serviço público do século passado. E é o que o Regulamento https://files.diariodarepublica.pt/2s/2023/07/138000000/0018300194.pdf que hoje vai à votação na Assembleia Municipal tem; além dumas tabelas de rendas mensais, ridículas para espaços de co-working sem privacidade, bem como, um obscuro regulamento de constituição do júri e critérios para avaliar as candidaturas.

incubadora
10 Set. 2020 – Projeto de 200 mil € e Financiamento a 85%

Em 2020, para aproveitar 85% de financiamento comunitário e apresentar obra para as eleições de 2021, o iluminado Miguel Alves decidiu fazer umas obras de maquilhagem na antiga escola de Argela, chamar-lhe Incubadora verde e pintá-la da mesma cor.

Invocou uma intenção de parceria com o IPVC enquadrada no projeto NUTRIR que, por acaso, tem sede em Melgaço (https://www.ipvc.pt/nutrir-oficialmente-apresentado/) e que, também certamente por acaso, tem Orientação Científica do CISAS, e não do 2CIC que consta do Regulamento ainda que não apareça com nenhuma referência no site do IPVC.

A incubadora nasceu torta também, porque os iluminados decisores públicos, se esqueceram que o Concelho de Caminha só tem 3 territórios classificados como de Baixa Densidade: União das freguesias de Arga (Baixo, Cima e São João), União das freguesias de Gondar e Orbacém e, Dem.

Ora, sedear empresas em territórios de Baixa Densidade só tem vantagens que Paredes de Coura, Cerveira ou Melgaço conhecem e exploram bem. Em Caminha, simplesmente ignora-se, porque se ignoram as empresas.

Mas, que podem esperar empresas e investimentos privados daqueles que, direta ou indiretamente, toda a vida viveram dos dinheiros públicos?

incubadora 2 incubadora 3
24 de Março de 2022                                   11 Outubro 2022

Nasceu torta e assim continua, 2 anos para os retoques e pinturas até ser pomposamente inaugurada, mais 1 ano para apresentar à AM um regulamento básico, desfasado da realidade empresarial do século XXI. Uma Incubadora de Empresas, não pode ser apenas mais um espaço para ser usado de passagem por investigadores, financiados por dinheiros públicos.

Ou para ser usada, como neste último ano para uma reunião descentralizada da Câmara, uns workshops e mais nada. Quanto já custou dos impostos dos caminhenses neste ano?

Uma incubadora não são 4 paredes e umas mesas. Que esquece o digital, servidores informáticos, internet 5G, alojamentos de domínios e e-mails, espaço laboratorial, cyber-segurança e tudo o resto.

Segundo o site do próprio governo, que os responsáveis da Câmara de Caminha veneram, o que deve ser, ter e fazer uma Incubadora de EMPRESAS?

incubadora 4Fonte: https://portugaldigital.gov.pt/

Dos 9 serviços indicados, a Incubadora Verde e o Regulamento que a Câmara propõe, refletem…2 deles. E os outros 7?

São os serviços da Câmara que os vão proporcionar? Ou o cinzento “2CIC” do qual nem sequer se encontra uma única referência no site do IPVC?

Nenhuma das duas instituições, nem Câmara nem IPVC, tem qualquer Curriculum empresarial nas 7 áreas críticas pendentes. Se tivessem, pelo menos teriam aprendido com os bons exemplos, como o de PENELA, Concelho que tem 6.000 habitantes: https://www.smartrural.pt/incubadora

Haverá sempre a solução mal-amanhada que os Autarcas de Caminha mais usam nos últimos 10 anos: Fazem-se uns ajustes diretos com umas empresas de marketing e estratégia, imagem e comunicação, para prestarem esses serviços.

Ampliam-se os contratos dos serviços jurídicos, arranjam-se uns Mentores, por exemplo o Ricardo Moutinho do CET e outros com larguíssima experiência empresarial a vender camarinhas aos turistas de Moledo (quando a duna primária ainda não tinha sido dizimada).

E quanto custará tudo isso dos impostos dos caminhenses?

É assim, a desbaratar dinheiros e recursos públicos que se entretém a maioria que (des)governa a Câmara de Caminha, e que envia à Aprovação da Assembleia Municipal. Não a votação, mas à Aprovação.

O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita, a não ser que…pelo menos 18 dos ilustres membros da Assembleia Municipal, deixem de pensar apenas em si próprios, e pensem nos filhos e netos, seus e de todos os caminhenses.

Carlos Novais de Araújo
Coimbra Invest Summit, 29 de Setembro de 2023

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