Celina da Piedade vai subir ao palco do Cine Teatro João Verde em Monção no próximo dia 6 de Dezembro, pelas 21h30, para um concerto de apresentação do seu mais recente “O Cante das Ervas”. O Cante das Ervas, é para o cancioneiro alentejano que somos puxados, para a simplicidade das palavras que nomeiam o ambiente em que nascem, para a sintonia com a oralidade, mas também para o som da viola campaniça ou da flauta de tamborileiro. Tocadas, no entanto, pedindo ao passado e à tradição que ouse contaminar o presente. Na companhia de Alex Gaspar (contrabaixo, adufe, vassouras de palha), António Bexiga (guitarra folk e viola campaniça) E Sebastião na betaria. Celina da Piedade apresenta canções que cheiram a terra. E que chegam embrulhadas num prazer físico. Pela boca se canta e se espalha a tradição, pela boca se bebe o chá do Jardim da Boa Palavara. Pela boca, de ambas as formas, se sorve o Alentejo.
Celina da Piedade apaixonou-se pelo acordeão logo na infância, e consta que o seu primeiro concerto foi aos 6 anos de idade, em Castro Verde. Estudou no Conservatório de Música de Setúbal, onde também deu aulas. Licenciou-se em Património Cultural na Universidade de Évora e pós-graduou-se em Estudos de Música Popular na Universidade Nova de Lisboa. Em 1998 inicia a colaboração com a Associação PédeXumbo (que organiza o maior festival folk do país, o Andanças), da qual é actualmente Presidente Honorária. No ano de 2000 é co-criadora de dois projectos musicais: Uxu Kalhus (com quem fica até 2009), e Modas à Margem do Tempo (colaboração até 2004). Nesse mesmo ano é convidada por Rodrigo Leão a integrar o ensemble de músicos que o acompanham. Desde então tocou em todos os discos e concertos ao vivo do compositor. A esta parceria vão-se acrescentando outras novas como Mayra Andrade, Né Ladeiras, Uxia Senlle, Daniel Schvetz, Ludovico Einaudi, Amor Electro, Gaiteiros de Lisboa, António Chainho, Dazkarieh, Viviane, Projecto Fuga, Virgem Suta, Pedro Moutinho, Fernando Alvim, Pedro Mestre, Monte Lunai, Attambur, Dona Rosa, Donna Maria, Samuel Úria, Kepa Junkera, Homens da Luta, entre muitos outros. Participou em mais de 40 edições discográficas, como instrumentista e compositora, para além de bandas sonoras para cinema, tv, teatro e dança.
O seu entusiasmo pela música e dança tradicionais fez com que se tornasse numa das instrumentistas mais prolificas desse meio em Portugal. Tem participado em centenas de bailes e oficinas de música folk. Dedica-se activamente ao estudo e divulgação do património musical alentejano. É co-autora do livro “I caderno de dança do Alentejo”, editado pela Associação PédeXumbo, e membro do Grupo Violas Campaniças, de Castro Verde.