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Segunda-feira, 8 Julho, 2024
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Canhoto aquece Natal no Alto Minho

Natal é sinónimo de família e de aconchego do lar.No Alto Minho a época é marcada por uma antiga tradição: o canhoto de Natal.

Não se sabe de quando data esta tradição, mas uma certeza é a de que é dos tempos dos nossos avós, quando todas as casas tinham lareira e as famílias eram numerosas. Com os dias agitados e a vida em apartamentos, a tradição foi-se perdendo, mas na serra d´Arga, em pleno concelho de Caminha, ainda há quem faça questão de fazer como noutros tempos. Naquela zona do município, onde todos os Invernos cai neve, o calor do canhoto é sempre bem-vindo e aconchega a família à volta da lareira durante as festas natalícias.

O etnógrafo Francisco Sampaio explica que as famílias juntavam-se sobretudo na cozinha, onde estava a lareira, por uma questão prática…   Eram mesas de consoada cheias de gente, as de aqueles tempos.

 

Juntamente com o canhoto a arder até ao dia de Reis, ficava posta a mesa. As melhores iguarias da noite da Consoada e do almoço de Natal mantinham-se à vista e à mão para aconchegar os estômagos até à próxima ceia, a dos Reis. Um banquete eternizado por Ramalho Urtigão no seu livro “As Farpas”.

 

Depois das festas, e tal como descreve o etnógrafo Francisco Sampaio, as cinzas do canhoto de Natal  eram recolhidas pela dona da casa e guardadas com todo o cuidado durante o resto do ano.

Em caso de aflição, como em dias de trovoada, recorria às cinzas que dizia ser, entre outras coisas, um pára-raios natural.

 

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