Os vereadores da Coligação o Concelho em Primeiro (OCP) decidiram retirar os pontos da ordem de trabalhos da reunião de Câmara extraordinária por eles solicitada e agendada para a manhã de hoje, pelo facto do presidente da Câmara não ter estado presente. Para aqueles vereadores, o assunto em discussão, acordos parassociais existentes entre Câmara Municipal de Caminha e a empresa ADAM e apreciação, discussão e votação de moção pelo início de procedimento para por fim adesão do Município de Caminha à empresa ADAM, são demasiado importantes para serem discutidos sem a presença de Rui Lages. “São factos muito graves que lesam o erário público e é provavelmente um dos assuntos mais importantes para o concelho de Caminha ”, disse.
Logo no início da reunião a vereadora da oposição, Liliana Silva, explicou as razões que levavam a OCP a retirar as duas propostas constantes da ordem de trabalhos, desde logo pela ausência do presidente da Câmara que se encontra de férias.
A vereadora lamenta que o presidente, sabendo que ia de férias, não tenha reagendado a reunião para quando regressasse ao serviço, o que demonstra, refere, “que para o executivo socialista, este é um assunto de menos importância”. A falta de divulgação da reunião na página do município é, segundo vereadora da OCP, “uma tentativa de que o assunto passe à margem dos caminhenses”.
Em relação a esta matéria da água e da possível saída da AdAM, a Coligação OCP exige uma posição clara do município, e em particular do presidente da Câmara.
Em resposta à intervenção da deputada da Coligação OCP, a presidente em exercício, Liliana Ribeiro, disse que quando a reunião foi pedida as férias do presidente da Câmara já estavam agendadas, lembrando que o executivo era composto por mais 3 elementos e que todas as decisões eram tomadas em equipa.
Liliana Silva insistiu na importância de todos estarem presentes na reunião e de todos assumirem a sua posição perante “factos gravíssimos” relativamente à constituição da AdAM.
A presidente em exercício reiterou que a posição do presidente da Câmara “não é unilateral, mas sim de equipa”, e acrescentou que “o executivo não anda a reboque da vontade da vereadora”, mas sim “dos ediais do concelho”.
Liliana Silva voltou a pedir a palavra para dizer que folgava em saber que todas as decisões, que considerou “más decisões fossem sempre tomadas em equipa”. A vereadora lamentou ainda a falta de interesse do executivo em relação ao que se ia discutir na reunião de câmara extraordinária, “de tal forma que nem sequer se preocuparam em publicitar a sua realização na página do município nem em lado nenhum, como costumam fazer”, disse.
Relacionado ainda com a falta de publicitação da reunião de Câmara na página do município, a vereadora da OCP Idalina Fernandes disse que ao não o fazer, a Câmara violou o número 3 do artigo 14 do Regimento da Câmara Municipal.
Mas este não foi o único erro, a forma como a Câmara convocou os vereadores também não foi correta.
A discussão deste assunto será feita numa outra reunião de Câmara extraordinária que a Coligação OCP já fez saber que irá pedir logo que o presidente da Câmara regresse de férias.