Dragar o cais onde o ferryboat Santa Rita de Cássia se encontra encalhado num enorme banco de areia, para que depois possa ser levado para o estaleiro situado na outra margem galega para ser reparado, foi a grande prioridade apontada pela vereadora da Coligação O Concelho em Primeiro, Liliana Silva, que na última reunião de Câmara voltou a falar da embarcação que se encontra parada há quatro anos.
Depois de ter reunido recentemente com o alcaide de A Guarda e de este lhe ter comunicado que o pontão que se encontrava danificado está pronto, a vereadora da oposição quis saber o que foi feito pela Câmara de Caminha neste espaço de tempo para garantir que o ferry possa voltar a operar entre as duas margens.
Para a vereadora da OCP o problema não está só no assoreamento do canal de navegação, mas também no facto do ferry não estar em condições de navegar necessitando de reparações, “que já podiam ter sido feitas”.
Liliana Silva lembrou a propósito que “se por acaso amanhã o canal fosse dragado, o ferry continuaria parado porque não tem condições para navegar”, disse.
Sem uma solução à vista para o problema do ferryboat e preocupada com esta situação, a vereadora da oposição pediu ao presidente da Câmara que fosse feito um ponto da situação.
Em resposta à questão levantada pela vereadora da oposição, Rui Lages lembrou que o ferry é uma embarcação com muitos anos que precisa de ser reparada, mas considerou que neste momento o principal entrave ao funcionamento do ferry é o assoreamento do rio Minho.
Para Rui Lages a questão do desassoreamento não pode ser uma responsabilidade da Câmara de Caminha ou de A Guarda, tem sim que envolver o entendimento entre o estado português e espanhol, visto tratar-se de um rio transfronteiriço.
Feito o ponto da situação, Rui Lages disse que irá sensibilizar o novo Governo para a problemática do rio Minho bem como para a falta de uma ligação entre as duas margens.
Após as explicações do presidente da Câmara, Liliana Silva voltou a pedir a palavra para lembrar que a questão do assoreamento não é um problema novo, “tem séculos”. Segundo a eleita da oposição as dragagens deveriam ser regulares, pelo menos de dois em dois anos.
Mas o problema não está só no assoreamento garante Liliana Silva que alertou para o estado a que chegou a embarcação por falta de manutenção.
Rui Lages garante que essa preocupação existe mas lembra que a embarcação só pode ser reparada depois de feito o desassoreamento do canal, uma vez que devido ao assoreamento o ferry não consegue chegar ao estaleiro que fica na outra margem.
Dada a importância do ferryboat para a economia caminhense, Liliana Silva diz não compreender porque é que a Câmara não dragou pelo menos o cais de atraque para retirar o banco de areia.
Segundo Rui Lages, não é possível levar o barco até à outra margem tal é o estado de assoreamento do canal. Liliana Silva insiste que com a maré cheia o barco passa, Rui Lages garante que não.
Problemas muitos, soluções poucas ou nenhumas à vista. A única certeza que há neste momento é que o ferryboat Santa Rita de Cássia vai continuar encalhado no banco de areia até que alguém se lembre de o desencalhar.