A Câmara de Caminha aprovou ontem, com os votos contra da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2025, no valor de 25,8 milhões de euros. O documento, que mereceu duras críticas da oposição, foi considerado pelo chefe do executivo caminhense, “um orçamento amigo das famílias e impulsionador do investimento público”. Já para a oposição trata-se de um documento “sem ideias, sem estratégia, é mais do mesmo”, (…) “os caminhenses já não acreditam nos orçamentos do Partido Socialista”.
Rui Lages apresentou aos vereadores aquele que considerou ser um orçamento “equilibrado” na receita e na despesa. Um orçamento que permite ao município “honrar” os compromissos assumidos, “pagando aos nossos credores e promovendo a descida da dívida total do Município”.
É também, sublinhou o edil, “um orçamento amigo das famílias e impulsionador do investimento público”.
E por falar em dívida total do município, que neste momento segundo a Câmara se cifra nos 13 milhões de euros, Rui Lages destacou o facto de em 3 anos, ou seja desde 2023 em que o total da mesma ascendia a 23 milhões, ter descido 10 milhões de euros.
Para o autarca, o Município tem apresentado “contas certas” e seguido um caminho de “sustentabilidade”, algo que se reflete no orçamento para 2025 com uma “forte aposta no investimento, a devolução de rendimentos às famílias e descida de impostos”.
Outra medida incluída no orçamento para 2025 que o presidente da Câmara fez questão de realçar, foi a transferência de verbas para as freguesias que, segundo afirmou, no próximo ano “terão o maior aumento de sempre”.
Coesão Social, ensino, desporto e cultura serão as grandes apostas do executivo em 2025, bem como a revisão do PDM.
Para a Coligação OCP este orçamento “não tem estratégia, é mais do mesmo, é igual a tantos outros”
Relativamente ao orçamento apresentado pelo executivo socialista, o 11º como a OCP fez questão de sublinhar, o de 2025 “é mais do mesmo, igual a tantos outros”. Segundo a vereadora Liliana Silva os caminhenses já não acreditam nos orçamentos do Partido Socialista que, como sublinhou, apenas têm contribuído para que Caminha tenha parado no tempo. “É sempre tudo maior, agora é que vai ser, desta vez é que é. Mas neste concelho já percebemos o que estes 11 orçamentos trouxeram. Com este orçamento as pessoas vão poder esperar o que esperam há 12 anos”, observou.
Quanto ao “maior investimento de sempre” anunciado pela Câmara, Liliana Silva diz que ele não se vê no documento, “pelo menos no que toca a investimento de futuro que traga riqueza à população”. A eleita também criticou o facto de a Câmara iniciar a revisão do PDM a nove meses do fim do mandato, acusando o presidente da Câmara de eleitoralismo.
Para a OCP este orçamento, quando comparado com documentos de outros municípios, “não tem matéria, não tem sumo, não diz nada”, e explicou porquê.
Liliana Silva acusou Rui Lages de não ouvir a oposição, de não aceitar propostas nem contributos de ninguém “e por isso a opção que resta é votar contra o orçamento”, concluiu.
Posto à votação, o Plano de Atividades e Orçamento para 2025 foi aprovado com os votos contra da Coligação OCP que, numa declaração de voto apresentada pela vereadora Liliana Silva, justificou o chumbo do documento. A eleita acusou o executivo socialista de apresentar um orçamento e Plano de Atividades sem estratégia para dinamizar o território, incapaz de gerar rendimento e de captar pessoas para Caminha. “Um orçamento que não apresenta uma única ideia para o progresso do concelho, nem para o estreitamento das ligações transfronteiriças, ao não apresentar uma proposta de ligação a Espanha”.
Também o presidente da Câmara fez questão de apresentar uma declaração de voto na qual justifica a aprovação das Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2025, e critica os argumentos da oposição para o seu chumbo, acusando-a de não ter lido o documento. Para Rui Lages o argumentário da oposição não “bate a bota com a perdigota”, é um “arrazoado de inverdades”, disse. O autarca queixou-se ainda das poucas verbas que o Estado transfere para Caminha.
Aprovado em reunião de Câmara, o documento segue agora para aprovação na Assembleia Municipal que terá lugar a 20 de dezembro.