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Sexta-feira, 11 Outubro, 2024
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Caminha: Pesca embarcada na Ínsua vai ser permitida mas só com mar e vento favoráveis

Medida aplica-se à pesca embarcada lúdica e profissional, avança Capitão do Porto de Caminha.

O capitão do porto de Caminha informou ontem que a pesca embarcada lúdica e profissional vai ser permitida na zona a sul da ilha da Ínsua, sempre que as condições meteorológicas e oceanográficas sejam favoráveis à navegação.

“Encontrei algum mérito nas propostas que me foram apresentadas, na semana passada, pelos pescadores lúdicos e decidi que iria fazer uma alteração ao edital, permitindo a pesca lúdica embarcada, assim como a profissional, naquele local, mas dependendo das condições meteorológicas e oceanográficas”, afirmou à agência Lusa, Pedro Santos Jorge.

Em causa está um edital que entrou em vigor no início de maio que, “de acordo com este diploma legal, e tendo em conta os condicionalismos ao exercício deste tipo de pesca, preceituados na Portaria n.º 14/2014, de 23 de janeiro, para garantir a segurança da navegação e a preservação da biodiversidade marinha, é expressamente proibida a pesca lúdica apeada”, refere o documento.

Contactado, a propósito de um comunicado hoje enviado à imprensa pelo movimento que representa cerca de 200 pescadores lúdicos, o capitão do porto e comandante da Polícia Marítima (PM) de Caminha, disse que a sua decisão foi comunicada, na segunda-feira, numa reunião que manteve com o presidente e o vice-presidente da Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora, Vasco Presa e Carlos Sampaio, respetivamente, e com Luís Domingues, porta-voz dos pescadores lúdicos.

“A Autoridade Marítima tem um objetivo primordial. Salvaguardar a vida humana no mar e, prevenir acidentes. Eu não fico descansado se a pesca for efetuada, naquele local, em condições de mar adversas. Nesse sentido, decidi reescrever alguns parágrafos do edital, permitindo a pesca, quando o mar e o vento possibilitam e, não permitindo quando as condições meteorológicas e oceanográficas são adversas”, frisou Pedro Santos Jorge.

Na semana passada, após uma reunião com os mesmos representantes da pesca em Caminha, Pedro Santos Jorge anunciou a permissão da lúdica apeada na ilha da Ínsua, exceto no poço da foz, onde já era proibido pescar.

Hoje no comunicado, o movimento de pescadores lúdicos refere que “as medidas apresentadas não vão, na totalidade ao encontro das suas pretensões” por serem “extremamente limitadoras à prática da pesca embarcada na zona sul” da Ínsua.

“Tendo em conta que as condições meteorológicas e oceanográficas (vento e mar) apresentadas para que seja permitida a prática desta atividade nesta zona são extremamente confinantes, e comparando-as com outras atividades/modalidades (como a própria navegação em si, assim como outros desportos náuticos). que são possíveis no mesmo local com condições de vento e mar muito superiores ao que é permitida a pesca. Desta forma sentimos que mais uma vez, sai prejudicada a pesca lúdica”, refere a nota.

O movimento adianta também que irá criar “uma associação de pescadores para representar os pescadores lúdicos, nesta zona, de forma a proteger e a dar voz aos interesses da pesca lúdica nesta localização e em todo o rio Minho”.

O movimento considera que “a Associação de Pescadores de Vila Praia de Âncora não defendeu as suas pretensões neste processo, além da tomada de decisões por um dirigente da parte da pesca profissional que deitou por terra as negociações com as entidades, que estavam muito bem encaminhadas”.

“Nada beneficiam a nossa causa, e agiram sem consulta dos elementos deste movimento. Das propostas por nós apresentadas nenhuma foi aceite ou negociada, sendo que apenas nos foi apresentada uma decisão final, sem termos sido consultados sobre a mesma e sem margem para negociação da parte do porta-voz do grupo Luís Domingues e do vice-presidente da associação e responsável pela parte lúdica Carlos Sampaio. Resta-nos aguardar pela publicação da alteração ao edital 653/2023, para aí tomarmos uma posição sobre esta matéria”, acrescenta a nota.

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