Depois de ter analisado o documento de “fio a pavio”, a vereadora da oposição, Liliana Silva, manifestou-se “convictamente contra” o mesmo, acusando Rui Lages de “falta de transparência e estratégia” e de em ano de eleições apresentar “super resultados líquidos”. A líder da bancada da oposição diz não confiar nas contas, nos relatórios de execução e nos valores apresentados no documento e acusa o executivo socialista de estar a esconder muita coisa no que toca à dívida do município.
Uma política “de show off” é o que, segundo Liliana Silva, o executivo faz ao apresentar um relatório de contas com gralhas, sem explicações e sem transparência.
A “falta de estratégia”, o facto de num documento desta importância a Câmara fazer um balanço de duas páginas sobre a performance da rede social facebook, “algo nunca visto”, e ainda a diminuição drástica dos apoios sociais, foram algumas das razões apontadas pela oposição para o voto contra. A vereadora da oposição assinalou igualmente que “não há discurso de estratégia no documento”, que “a Câmara de Caminha tem perdido candidaturas ao PRR [Plano de Recuperação e Resiliência]” e que, “das 46 casas que estava previsto candidatar ao PRR, apenas candidatou duas”.
Liliana Silva disse ainda “não acreditar” nas contas, nos relatórios de execução e nos valores apresentados no documento e criticou a “diminuição no nível dos investimentos” e a ausência de “obra concreta no concelho apesar de ser o presidente de Câmara que mais dinheiro recebeu depois do 25 de Abril de 1974”.
Relativamente à diminuição da dívida da Câmara tão propalada pelo executivo socialista, a oposição é muito menos otimista e fala num passivo de 24 milhões de euros. Liliana Silva não tem dúvidas que muito “está a ser escondido”.
Mais do que votar contra o relatório de contas de 2024, a oposição diz que o seu voto é contra a atual gestão do concelho de Caminha.
Excertos da última reunião camarária do executivo caminhense, realizada no passado dia 2 de abril no Salão Nobre dos Paços do Concelho.
