A Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) não demorou a reagir ao anúncio feito pela Câmara Municipal de Caminha acerca do saldo positivo das contas de 2022 do município.
Em nota enviada à imprensa, aquela Coligação informa que “votou contra o relatório de prestação de contas por entender que o mesmo tem erros e contradições, atestado inclusive pelas reservas emitidas pelos revisores oficiais de contas onde referem, sobre algumas questões relacionadas com os resultados do exercício financeiro, e cita-se “face às referidas limitações não nos é possível excluir a existência de eventuais erros.”
“Acresce ainda outra informação dos Revisores Oficiais de Contas que nos causa muita preocupação”, diz a OCP, pois “o relatório de gestão não inclui as divulgações previstas na NCP 27 – contabilidade de gestão e a entidade não divulgou as razões para essa ausência.”
“Podemos concluir que este executivo nem aos revisores das contas presta informações.”
“O enquadramento e justificação do relatório de contas assinado por Rui Lages, e que é parte integrante deste documento, é um mero plágio de notas de imprensa da câmara de Caminha do ano de 2022. Nem um texto original, justificativo do relatório que apresenta, foi feito. No geral é uma simples cópia de várias notas de imprensa. A defesa das contas foi feita, por parte de Rui Lages, com uma mera leitura de um texto em reunião de câmara.”
Às dúvidas levantadas pela OCP, aquela coligação afirma que não deu nenhum esclarecimento.
“Nomeadamente, e num exemplo muito simples, como é que dizem que baixaram os gastos em artigos de higiene e limpeza e depois no quadro correspondente aparece um aumento na ordem dos 40%?
E a pergunta que se impõe é: como é que se anuncia resultados positivos e não se paga a quem deve?! Qualquer munícipe que deixe de pagar a água, a luz ou o empréstimo da casa, chega ao final do ano com dinheiro na conta, é um facto. O problema é que fica sem casa, água ou luz. Se não se pagar a quem se deve é fácil apresentar resultados positivos.
Apresentam resultados positivos e não pagam, por exemplo, à Luságua os mais de 1 milhão e 400 mil euros que lhes devem.
Apresentam resultados positivos e não pagam à Pólis as ecovias que foram feitas no nosso concelho na ordem de mais de 1 milhão e 200 mil euros.
Apresentam resultados positivos e não têm dinheiro sequer para fazer face às intervenções primárias necessárias por estragos causados pela intempérie.
Apresentam resultados positivos sem pagarem a quem devem e com os munícipes a serem os maiores patrocinadores da câmara contribuindo com mais de 7 milhões em impostos para que o executivo ande a gastar em assessorias de imprensa, pessoais, de comunicação e imagem ou em centro de exposições transfronteiriços ruinosos.
Com contas destas, que nada trouxeram ao concelho de Caminha nos últimos anos, a Coligação não poderia ter outro sentido de voto senão o voto contra”, conclui a OCP.
