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Caminha: Moção para desassoreamento do rio Minho aprovada em reunião de câmara por unanimidade

OCP, apesar de votar favoravelmente, considera que a Câmara não deveria estar sozinha nesta moção mas acompanhada de todos os municípios da ribeira Minho das margens espanhola e portuguesa. Liliana Silva criticou a falta de estratégia e força política de Rui Lages, que diz "falar com toda a gente mas nada se resolve." O problema do desassoreamento não é de hoje, e lembrou que há 10 anos que não se faz desassoreamento no rio Minho. A eleita disparou também para o presidente da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho, Miguel Gonçalves, que abordou este assunto na última Assembleia Municipal, a quem acusou de só se lembrar deste tema de 4 em 4 anos.

O desassoreamento do Rio Minho foi outros dos assuntos abordados na última reunião camarária de quarta feira, 5 de Março. O Presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, apresentou uma moção que foi aprovada por unanimidade, mas com algumas ressalvas por parte de Liliana Silva da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP), que reiterou não ser um problema de agora , lembrando que não se faz o desassoreamento há cerca de 10 anos. A vereadora considerou também caricata a intervenção do presidente da Junta da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho, Miguel Gonçalves, na última assembleia municipal, acerca deste assunto. “É importante que os autarcas se manifestem, nem que seja de 4 em 4 anos”, ironizou.

Rui Lages 5 Mar 2025 2

Rui Lages, presidente da Câmara Municipal, começou por apresentar, no período antes da ordem do dia, a moção com vista ao desassoreamento do rio Minho, que deverá ser entregue ao primeiro ministro, ao ministro da Agricultura e Pescas, aos partidos políticos com representação na Assembleia da República e também à Assembleia Municipal de Caminha e à Associação de Pescadores de Caminha.

 

Nuno Valadares E Liliana Silva Ocp 5 Mar 2025

Liliana Silva, vereadora da OCP, disse que iria acompanhar a moção, no entanto recordou que o desassoreamento do rio Minho não é feito há cerca de 10 anos, e que em todo este tempo “ninguém se preocupou em resolver nada”, o que é “lamentável”. A eleita lembrou ainda a missiva que enviou em 2023 aos deputados na Assembleia da República, a solicitar uma recomendação ao governo para o desassoreamento urgente do rio antes da reparação do cais de atraque do lado espanhol estar concluída.

 

Também o estado do ferryboat, “ao abandono há tanto tempo” e “todo podre”, depois de a Câmara ter gasto cerca de 30 mil euros na sua reparação, preocupa a vereadora da OCP.

 

Liliana Silva deixou ainda uma recomendação para que se fale com os pescadores antes de fazer o que quer que seja, pois estes pediram alguma cautela no desassoreamento.

 

A vereadora da oposição salientou ainda que a Câmara de Caminha não deveria estar sozinha nesta moção. Deveria ser um esforço conjunto de todas as câmaras, de Caminha a Vila Nova de Cerveira, da Guarda ao Rosal, uma vez que o rio Minho tem problemas distintos nos diferentes locais, e urge uma limpeza de todo o canal, nesta que é a única foz de rio no país que é internacional.

 

Prestando alguns esclarecimentos, Rui Lages lembrou as diversas posições que tomou juntamente com os seus homólogos de A Guarda e do Rosal acerca deste assunto e deu conta também de uma carta que enviou ao presidente da Câmara de Valença, com quem disse estar a trabalhar para efetivar o desassoreamento do rio.

 

Nuno Valadares 20 Nov 2024

Nuno Valadares, vereador da Coligação O Concelho em Primeiro, no seguimento também da intervenção do presidente da Junta da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho na última sessão ordinária da Assembleia Municipal de Caminha de 28 de fevereiro acerca deste assunto, diz estar preocupado com a situação atual do rio Minho, e questionou o presidente da Câmara que obras se podem esperar depois do desassoreamento do rio.

 

Em resposta, Rui Lages disse que a Câmara tem apoiado os pescadores criando, por exemplo, um local de aprestos. No entanto, a questão do desassoreamento é mais complicada, pois existe, segundo o autarca, uma dificuldade em perceber qual a entidade – DGRM, CCDR, DOCAPESCA e APA – que tem a tutela sobre o nosso rio para efetuar as dragagens.

 

Sobre a intervenção de Miguel Gonçalves na Assembleia Municipal de Caminha acerca do desassoreamento do rio Minho, Liliana Silva considerou importante que os autarcas se manifestem, “nem que seja de 4 em 4 anos.” A vereadora salientou ainda que, das explicações dadas pelo presidente da Câmara, Rui Lages “fala com toda a gente mas não se resolve nada.”

 

Em relação às dúvidas com a jurisdição das entidades, Liliana Silva diz serem apenas subterfúgios e que esta questão nem sequer é tema de conversa, pois isto “não é terra de ninguém”.

 

Em resposta, Rui Lages disse não se tratar de falta de estratégia, planeamento ou força política, e voltou a culpar o governo português mas também o governo espanhol, que acusou de estarem em silêncio e de não se entenderem.

 

O edil caminhense deu conta ainda de uma reunião que vai ter na próxima semana em Lisboa, onde tentará explicar o que está em causa se o rio Minho não for desassoreado. Rui Lages disse ainda que alguns alcaides e presidentes de câmara, na reunião que manteve com a AECT Rio Minho, não tinham noção dos problemas que existiam aqui na foz.

 

Para Liliana Silva, isto é preocupante, pois significa que a comunicação da câmara de Caminha não tem sido eficaz, uma vez que têm havido muitos financiamentos que todos os outros municípios estão a aproveitar e “Caminha não tem nenhum”. E “chegados a 2025, ainda há presidentes de câmara e alcaides que não sabem dos nossos problemas? Alguém está a falhar”, apontou.

 

Posta a votação, a moção foi aprovada por unanimidade.

“O rio está com muita areia” – Miguel Gonçalves (AM)

Miguel Gonçalves 28 Fev 2025

Como já referimos, a questão do assoreamento do rio Minho foi levantada pelo Presidente da Junta da União de Freguesias de Caminha e Vilarelho na última Assembleia Municipal do passado dia 28 de Fevereiro. O autarca disse estar muito preocupado pois “o rio está com muita areia” e na sua parte terminal, “quase morto”.

 

Para Miguel Gonçalves, que aponta o dedo aos governos do PS e PSD, a solução para o rio Minho passaria pela criação de um porto comercial.

 

Abilio Cerqueira 28 Fev 2025

Já para o bloquista Abílio Cerqueira, o problema está na falta de mobilização, que se fosse suficiente, “o poder político já se tinha vergado”.

 

Excertos da última sessão ordinária da Assembleia Municipal de Caminha de 28 de Fevereiro, no Teatro Valadares.

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