O Bloco de Esquerda do Concelho de Caminha, em nota enviada à imprensa, acusa o executivo municipal de uma “teatralização” por este, “representado pelo seu presidente, Rui Lages, acabar de vir à comunicação social mostrar-se muito preocupado por nada saber sobre os valores que o governo central atribuiria ao Município, para compensação da devastação causada pelo mau tempo de dezembro e de janeiro passado, cujos prejuízos ainda estão por recuperar.
Trata-se de mais uma simples teatralização do Executivo Municipal, numa tentativa vã de
encobrimento daquilo que toda a gente sabe, menos, ao que quer dar a entender, o presidente do Município. E toda a gente sabe porque nesta última sexta-feira, dia 10 de agosto, vem publicado em Diário da República a confirmação daquilo que já toda a gente sabia: que os apoios à reparação dos danos em infraestruturas e equipamentos municipais, devido às cheias e inundações da última passagem de ano, desde logo excluem todos os prejuízos de particulares e ainda que o apoio, em que o Município contabilizava mais de 13 milhões de Euros, será, por parte do governo central, também do Partido Socialista, de pouco mais de 2 milhões, mais concretamente: € 2.459.730,09, conforme consta do despacho assinado a 9 de agosto, precisamente quando o presidente do executivo municipal de Caminha vem a público dizer que nada sabe sobre o assunto.”
Pode consultar o Despacho nº. 8217-A/2023, publicado no Diário da República n.º 155/2023, 2º Suplemento, Série II de 2023-08-10, no seguinte endereço: https://dre.pt/web/guest/pesquisa/-/search/219826011/details/maximized
O Bloco de Esquerda do Concelho de Caminha aponta ainda “a curiosa coincidência de quem nada sabe, quando se sabe que a diligência do executivo municipal perante o governo central, ambos do Partido Socialista, resulta num apoio à população do concelho de Caminha desta grandeza: 2 milhões para resolver os 13 milhões de danos.
Os caminhenses que acreditavam que a organização do Estado pressupunha a ajuda às desgraças que pudessem acontecer aos cidadãos, constatam agora que, com o Partido Socialista, a prioridade do Estado não é a ajuda dos cidadãos, mas as injeções de capitais em grandes empresas privadas ou a organização de grandes eventos com ampla cobertura mediática, nestes, sim, o governo está disposto a injetar todos os milhões que façam faltam.
Este governo, entregue ao Partido Socialista, quer a nível central, quer a nível local, resulta numa total perda de tempo. Os cidadãos deste município e do país inteiro são entretidos com eventos que, quanto maiores, melhores, ao mesmo tempo que alguns continuam sem ser acudidos pelas calamidades que destruíram parte considerável das infraestruturas do nosso concelho. E se é certo que o governo central é uma perda de tempo, também o executivo municipal o é, pois com o estado de falência técnica em que o município se encontra e se enterra cada vez mais, não tem capacidade financeira absolutamente nenhuma para proceder às reparações dos prejuízos, que são cerca de 11 milhões, motivo pelo qual vão continuar como tal, como prejuízos dos próprios munícipes.
Há de chegar o dia em que teremos de contratar seguros para as ruas, para os caminhos, para as praças e para os muros, pois o Estado, enquanto garante da solidariedade pública, não existe, existindo, antes, para outros fins.
Por tudo isto, o Bloco de Esquerda do Concelho de Caminha, não pode deixar de alertar os munícipes, não só para a habitual teatralização do “Não tínhamos conhecimento”, que tudo encobre, como ainda para o engano de se ter elegido gente para diversos cargos, seja a nível central como local, cuja responsabilidade na ação governativa não se mostra coincidente com os reais interesses e necessidades das populações locais.”
