“A Câmara Municipal de Caminha, através de Rui Lages, assina um parecer sobre a instalação das eólicas e não dá a conhecer às forças políticas do concelho”, acusou a Coligação O Concelho em Primeiro, numa nota de imprensa enviada hoje às redações.
Depois da Assembleia Municipal ter dado um Não unânime à instalação deste parque eólico na nossa costa, a OCP diz que “Rui Lages, mais uma vez desrespeita a deliberação e age por si só”.
Sobre o parecer, que se ficou a conhecer pelas redes sociais, os eleitos da coligação OCP lamentam que o presidente da Câmara se tivesse aproveitado do trabalho dos pescadores.
“O preâmbulo inicial, que foi da responsabilidade de Rui Lages, tem uma apologia à instalação dos parques eólicos, sempre a defender primeiro as decisões do governo e não ouvindo e respeitando o concelho de Caminha e as diferentes manifestações públicas que existiram.
No restante corpo de texto, sabe-se que o trabalho foi feito, de forma muito profissional e preocupada, pelas associações de pescadores, no que diz respeito a tentar reduzir o tamanho da área de instalação, porque não conseguem lutar contra o Governo e um presidente da câmara que faz um preâmbulo daquele teor. Mas no final, Rui Lages, assina o documento como se tivesse sido escrito totalmente por ele o que não corresponde com a verdade”.
Lembra a OCP “que até à data em que a coligação falou sobre o assunto, Rui Lages nada sabia a não ser que tinha que cumprir com as obrigações que o Secretário de Estado José Maria Costa e o Governo do seu partido, queriam colocar no Mar que é de todos nós”, referindo-se à instalação do Parque Eólico Offshore ao longo da costa de Caminha.
Para agravar, e como alguém que espera que lhe façam, como diz o ditado popular, “ a papa toda”, a OCP diz que Rui Lages “não acautelou a questão com Espanha e ficou-se ontem a conhecer, através do jornal Faro de Vigo, o mapa da instalação das eólicas na outra margem e os espanhóis conseguiram colocar o parque com 34 turbinas encostado a Caminha e praticamente na frente do nosso Rio Minho.
Conseguiram retirá-lo da frente da Ria de Vigo e colocaram-no em frente ao Rio Minho.
Isto é grave e não se vê da parte do presidente da câmara, nem do Governo português nenhuma ação para que isto não seja possível.
Já há pouco peixe no Rio Minho. O que nos restará no futuro quando os parques estiverem em funcionamento?
Já há problemas na pesca, a união europeia alerta para que não se instalem parques eólicos em zonas de pesca e em Portugal fizeram exatamente o contrário com a conivência dos autarcas que esperam vir a ganhar algum dinheiro com a exploração do Mar que é de todos nós, acabando com variadíssimos ramos de atividade associados à exploração económica do Mar que é de todos nós”, adiantam.
Para a OCP “Caminha precisa de um novo Rumo, de mais músculo político, mais maturidade e de gente com capacidade de luta e trabalho”.