Um “panfleto de engodo pago pelos contribuintes”, foi como a vereadora da Coligação OCP, Liliana Silva, chamou à comunicação do presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, enviada esta semana por correio aos munícipes do concelho, na qual dá a conhecer as contas relativas ao exercício de 2023 e a situação financeira da autarquia.
Já o presidente da Câmara defende que a informação é transparente e reflete a verdade da situação financeira da Câmara.
No infomail e tal como já tinha escrito no preâmbulo do relatório de contas de 2023 aprovado em reunião de Câmara, Rui Lages começa por referir que aquele ano foi “muito exigente” agravado pela intempérie de 1 de janeiro que causou prejuízos muito avultados no território “afetando empresas e famílias”.
A somar a isso Rui Lages lembra ainda a guerra na Ucrânia e a inflação que fez disparar os preços afetando não só as pessoas, mas também a Câmara. Na referida informação, o autarca destaca ainda a diminuição da dívida em mais de 3 milhões de euros, o saldo positivo de 690 mil euros, entre outros aspetos que segundo Rui Lages provam que Caminha “está no bom caminho”.
Mas quem não concordou minimamente com esta apreciação foi a vereadora da oposição, Liliana Silva, que o considerou um panfleto de “meias verdades” e “propaganda política paga pelos contribuintes”.
“Incrédula” com o que leu no infomail, a vereadora fez questão de fazer, na última reunião de executivo, “uma apreciação política ao papel”, depois da sua bancada já ter votado contra o relatório na sessão anterior do executivo camarário.
Números baralhados, saldo positivo porque não paga a quem deve, falta de apoio às comissões de festas, falta de apoio às famílias e muitas “meias” verdades foram críticas deixadas pela vereadora à comunicação do presidente.
Para Liliana Silva é o “vale tudo” para tentar vender uma imagem de competência que não se constata.
A vereadora lamentou ainda que o prazo médio de pagamentos da Câmara de Caminha a 31 de dezembro de 2023, tenha subido novamente para os 193 dias, segundo relatório público da Direção-Geral das Autarquias Locais (DGAL), que aponta o município de Caminha como um dos piores pagadores do país.
Infomail enviado à população é transparente”
Em desacordo com a análise da vereadora da oposição, Rui Lages considerou que se há documento a que a população deve ter acesso é ao da prestação de contas, e por isso mesmo entendeu ser muito importante dar a conhecer à população a verdadeira situação financeira da autarquia.
Para o presidente da Câmara o que está vertido no infomail não é nenhum engodo. É transparente porque reflete o que foi aprovado em reunião de Câmara.
Relativamente às intempéries e o facto de terem acontecido após a aprovação do orçamento para 2023, não sendo por isso possível prever que elas fossem acontecer, Liliana Silva lembrou que é para situações destas que existem os orçamentos retificativos e lamentou que a Câmara tivesse optado por não o fazer.