A proposta para atribuição de subsídio ao Conselho Diretivo do Baldio de Riba de Âncora para apoio na contratação de motorista para retroescavadora, apresentada em reunião de Câmara do passado dia 5 de Fevereiro, foi aprovada pela maioria socialista com 3 abstenções da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP). Para a vereadora Liliana Silva, que não põe em causa a qualidade do serviço prestado, existem manobradores no município, e o dinheiro gasto até hoje nestes contratos (pelo segundo ano consecutivo) já chegava para adquirir uma retroescavadora.
Segundo a vereadora da oposição, o valor dos dois anos de subsídio, mais de 40 mil euros, daria para comprar uma retroescavadora nova, e o subsídio deste ano, 23 mil euros, dava para comprar um equipamento usado em bom estado.
“Como é que é possível o município de Caminha não ter uma retroescavadora?”, perguntou Liliana Silva.
Para a OCP, o município podia e devia ter uma retroescavadora e não estar dependente de nenhuma associação. Na proposta apresentada pelo executivo, o subsídio é justificado como sendo “em prol da eficiência e eficácia de atuação”, mas para Liliana Silva, a eficiência seria muito maior se a câmara possuísse este equipamento. Também o valor do subsídio, 23 mil euros (mais de 1600 €/mês), causa dúvidas à oposição.
Em resposta, Rui Lages, Presidente da Câmara Municipal de Caminha, afirmou ter tentado colocar um manobrador do município ao serviço deste equipamento mas que este solicitou ser desvinculado do mesmo por questões de saúde e por não estar habituado à máquina em causa. Segundo o edil caminhense, dada a necessidade de ter trabalho feito com a retroescavadora, como aconteceu com as intempéries, a Câmara optou pela atribuição deste subsídio para a contratação de um manobrador, de forma imediata, que estivesse disponível a qualquer hora, aos feriados, aos fins de semana e à noite. O autarca não esclareceu se existe ou não um piquete nos estaleiros de serviço para manobrar a retroescavadora.
Para Rui Lages, este tem sido um meio muito bem utilizado por todos os presidentes de junta, que já contaram com este equipamento e sabem do seu valor. O presidente deu conta de alguns exemplos recentes em que foi acionado este manobrador com a retroescavadora, nomeadamente numa derrocada em Dem e também para remoção de material lenhoso em Vilar de Mouros.
Para Liliana Silva não é a qualidade do serviço que está em causa mas sim a forma como este é prestado. “Se a Câmara Municipal tivesse uma retroescavadora, era a retroescavadora da Câmara que estaria, por exemplo, em Dem, a dar apoio na derrocada”, disse. A vereadora reforçou que existem pessoas capazes de operar este equipamento na Câmara Municipal e que este dinheiro poderia ser poupado ou até utilizado para adquirir uma retroescavadora nova ou usada.
Posta a votação, a proposta foi aprovada pela maioria socialista com a abstenção da Coligação O Concelho em Primeiro.