Os vereadores da Coligação “O Concelho em Primeiro”, de Caminha, temem que a construção e alargamento do Parque Eólico marítimo venha a condenar a atividade piscatória e a dinâmica económica resultante no concelho.
Para Liliana Silva, a construção deste parque eólico no local definido vai acrescentar ainda mais dificuldades a um setor de atividade já tantas vezes sacrificado. “Sabemos quais são as consequências da construção deste parque eólico. Para além do facto dos pescadores deixarem de poder pescar na zona, também os peixes deixam de existir num extenso espaço devido às ondas sonoras provocadas pelo funcionamento das eólicas. É impensável que se esteja a pôr em causa uma atividade tão importante para este concelho, para o Norte, e para o país, por causa da construção de um parque eólico no mar. Tem que haver outras soluções e os verdadeiros interessados nesta matéria têm que ser ouvidos”, defende a vereadora da Coligação.
Foi a pensar nesta necessidade e na importância que este setor de atividade tem para o concelho e para a região, que decidiram avançar com um abaixo-assinado ao qual as associações de pescadores do concelho rapidamente se associaram. O objetivo é conseguir sensibilizar o Governo com esta questão e solicitar uma reunião urgente à Comissão do Mar e da Energia.
“Foi o antigo presidente da Câmara de Viana do Castelo, agora Secretário de Estado do Mar, José Maria Costa, que assinou o despacho para a instalação deste projeto e, sendo ele conhecedor desta matéria, também deveria ter pensado no impacto que esta decisão tem para este setor e para todas as pessoas que dependem desta atividade. Não estamos a falar só da pesca direta, estamos a falar também do setor da restauração, da hotelaria, do turismo. Bem sabemos que há quem visite os nossos concelhos por causa da gastronomia, por causa do peixe fresco que é servido diariamente. Esta decisão é condenar completamente todos estes setores e não podemos deixar que isso aconteça”, afirma Liliana Silva.
Indignados, os vereadores da Coligação “O Concelho em Primeiro” que reuniram na passada segunda feira com as associações de pescadores para lançar o abaixo-assinado, prometem não desistir desta luta e exigir que sejam tomadas medidas para proteger este setor de atividade e as famílias que dele dependem diretamente. “Não vamos baixar os braços e, muito provavelmente não vamos ficar por aqui. O abaixo-assinado é uma medida para que todas estas pessoas possam ser ouvidas porque achamos que merecem isso, mas no que depender de nós iremos definir outras formas de luta contra este projeto, que nestes moldes condena a pesca”, garante a vereadora do PSD que integra a Coligação.