Os eleitos da Coligação o Concelho Em Primeiro (OCP) realizaram, na passada sexta-feira à tarde, uma conferência de imprensa no auditório do Museu Municipal de Caminha para, entre outros temas, denunciarem aquilo que consideram ser o mau funcionamento da Assembleia Municipal presidida pelo Partido Socialista, sublinhando o “amadorismo, incompetência, incapacidade e permissividade de quem dirige os trabalhos”, acusando o presidente da Assembleia Municipal de “não enaltecer o órgão, desconhecendo a lei”, o que no entender de Jorge Nande, líder da bancada da Coligação, tem resultado numa forma “indigente” de fazer política.
O deputado enumerou de seguida uma série de situações que no seu entender são a prova do mau funcionamento da Assembleia Municipal de Caminha, nomeadamente a forma como são elaboradas as atas, que não são uma “súmula” das reuniões como deveriam ser, mas sim documentos com mais de 120 páginas “onde quem a redige faz o papel de narrador e ao mesmo tempo de interveniente, não transmitido de forma fiel o que se passa nas reuniões”.
A falta de informações e esclarecimentos aos ofícios enviados pela Coligação, a inexistência de um orçamento que permita à Assembleia Municipal garantir verba para o seu normal funcionamento, nomeadamente uma sala equipada com computador com acesso à internet e fotocopiadora onde os eleitos possam trabalhar, o não pagamento das ajudas de custo aos deputados municipais, nomeadamente nas deslocações para as reuniões foram outros assuntos elencados pelo deputado da Coligação.
Ao pedido de pagamento das deslocações, Jorge Nande disse que a Câmara, através da AM, informou que não pagava, mas que colocava à disposição uma viatura com motorista para transportar à reunião os deputados que assim o solicitassem.
Jorge Nande fez as contas e concluiu que a diferença entre o preço a que fica o quilómetro e os custos com o motorista é de 10 vezes mais.
Mas as críticas não se ficaram só pelo modo de funcionamento da Assembleia Municipal. Jorge Nande também apontou baterias à Câmara Municipal a quem acusou de não estar a cumprir os prazos legais no que se refere à resposta aos pedidos de informação apresentados pela coligação, o que já resultou em dois processos movidos à Câmara, sendo que num a Câmara foi condenada a pagar custas do processo.
A dívida da Câmara foi outro dos assuntos que mereceu a atenção dos deputados da coligação nesta longa conferência de imprensa que durou cerca de uma hora e vinte minutos.
Jorge Nande acusou o executivo caminhense de “gestão danosa” e avançou com alguns números sublinhando que neste momento a dívida corrente do município ascende a 18 milhões de euros, sendo que 12 milhões são a fornecedores.
A “desorganização dos serviços camarários”, o “número reduzido de obras públicas” em curso no concelho, bem como os “falsos recibos verdes” existentes na Câmara de Caminha, uma situação que segundo a Coligação “não é justa” para os trabalhadores, foram temas igualmente abordados na Conferencia de imprensa convocada pela Coligação o Concelho Em primeiro na passada sexta-feira.
Já agora, não tem a OCP nada a dizer sobre a opacidade, por exemplo o projeto de RMEU não está online ao contrário do que diz o próprio site da Câmara?
E sobre a CPCJ, por exemplo?