O “prejuízo sem precedentes” que foi o negócio do Centro de Exposições Transfronteiriço – CET de Caminha, voltou a ser abordado pelo deputado do Bloco de Esquerda Abílio Cerqueira na última reunião da Assembleia Municipal de Caminha. O eleito do Bloco questionou ainda o presidente da Câmara a propósito do anunciado projeto para a construção de um hospital privado em Caminha e de um hotel de luxo na ínsua, dois projetos que nunca mais ninguém ouviu falar deles.
Sobre o CET Caminha, Abílio Cerqueira perguntou ao presidente do executivo se tinha alguma previsão sobre quando iria a Câmara receber os 300 mil euros entregues ao promotor. “A compra da nave, nome pomposo ao primeiro vendedor da banha da cobra que apareceu em Caminha, recebido pelo ex-presidente da Câmara de braços abertos, significou um prejuízo sem precedentes nos munícipes de todo o concelho de Caminha. Quando prevê a Câmara receber os 300 mil euros oferecidos indevidamente ao senhor que enganou os caminhenses?”.
O anúncio e publicidade de um hospital privado americano a construir na freguesia de Vilarelho foi outro dos assuntos abordado pelo vereador do Bloco que considerou “bizarro” que um outro projeto anterior para o mesmo local tivesse sido embargado. “Num local onde se tinha verificado um embago a uma construção não é só estranho como é bizarro. Não se entende a razão pela qual tal publicidade foi feita a custo zero para os americanos, bem como não se entende a razão pela qual não foi dada uma explicação plausível das razões de tal embargo, e se estas foram ultrapassadas”. Abílio Cerqueira perguntou quais foram os motivos do embargo do edifício que é sugerido para a instalação de um hospital americano.
O anúncio e publicidade para a construção de um hotel de luxo no Forte da Ínsua também esteve na mira do deputado do Bloco que acusou a solução apresentada de não ter tido em conta o interesse público. “Temo que este negócio possa vir a ser um segundo episódio do famigerado Centro de exposições Transfronteiriço. Previa-se que a abertura deste Hotel de muito luxo fosse em início de 2022 e por isso eu pergunto ao senhor presidente da Câmara se é possível neste momento alojar neste hotel o rei de Espanha?”.
As perguntas feitas pelo deputado do Bloco ficaram sem resposta por falta de tempo do presidente da Câmara que, ao abrigo do novo regimento da Assembleia Municipal, aprovado recentemente pelo PS, BE e CDU e o voto contra da OCP, viu o seu tempo de intervenção reduzido para metade.