O Presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, foi à Assembleia Municipal realizada no passado dia 19 de Abril, tentar esclarecer aquilo que não esclareceu na reunião de Câmara de 3 de Abril, relativamente à compra de 120 livros “25 de Abril de 1974, Quinta-feira” pelo valor de 7500 €.
Recorde-se que na referida reunião em que esta aquisição foi discutida, os vereadores da coligação O Concelho em Primeiro (OCP) questionaram a Câmara sobre esta aquisição, acusando o executivo de ter comprado os livros por um valor acima do mercado.
Na última Assembleia Municipal, no período antes da ordem do dia, Rui Lages veio mostrar e dizer que afinal se tratava de uma edição “limitada e única” mais cara (150 €) mas que a câmara tinha conseguido adquiri-la por um “valor simbólico” de cerca de 66 €.
O autarca anunciou que no final da reunião iria distribuir um exemplar do livro por cada um dos deputados e presidentes de junta.
Relativamente às críticas da oposição na referida reunião de câmara, Rui Lages fez questão de “elucidar” que existem 2 edições do livro, que exibiu e comparou.
Em reação às explicações dadas pelo presidente da Câmara, o deputado Jorge Nande quis saber a verdade: “a aquisição dos livros foi por contrato público com adjudicação direta ou foi uma forma encapotada de patrocinar um livro?”, questionou.
Referindo-se à justificação dada pela câmara para proceder à aquisição dos livros – o interesse do município em dotar o museu com a referida obra – o deputado da OCP questionou porquê os 120 quando bastava um ou dois, “um para o museu, outro para a biblioteca”. O deputado aproveitou ainda para informar que não iria aceitar o livro por considerar que “Abril não se celebra com prendas balofas”.
Em resposta, Rui Lages acusou “alguma direita de ter dificuldade em assumir Abril, a democracia e a revolução dos cravos”. Já quanto à “verdade” pedida por Jorge Nande, o presidente da Câmara afirmou que relativamente à aquisição dos livros não havia “nenhum gato escondido com o rabo de fora”.
Não satisfeito com as explicações dadas por Rui Lages, Jorge Nande voltou à carga para perguntar se afinal a câmara tinha comprado ou patrocinado os livros, ou ambas.
Rui Lages disse não se ter esquecido de responder a nada, limitando-se a reiterar tudo o que já tinha dito.
Tal como havia anunciado o presidente do executivo, no final da Assembleia Municipal foram distribuídos pelos deputados e presidentes de junta os exemplares do livro. Assim como na reunião de câmara de 3 de Abril em que a vereadora Liliana Silva (OCP) recusou a oferta, também os deputados municipais da sua coligação o fizeram.