O presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, apresentou no período antes da ordem do dia da última reunião de câmara, realizada ontem nos Paços do Concelho, uma recomendação ao governo para o desassoreamento do Porto de mar de Vila Praia de Âncora. Liliana Silva da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) lamentou o aproveitamento político do presidente, acusando-o de só se preocupar agora com um problema que já existe “há muito tempo”.
A recomendação para o desassoreamento do Porto de mar de Vila Praia de Âncora foi apresentada pelo presidente da Câmara, Rui Lages.
Relativamente a esta recomendação, a vereadora Liliana Silva disse que a sua bancada só a acompanharia se fossem incluídas muitas outras reivindicações, que são do conhecimento do presidente da câmara, nomeadamente as casas de banho, as fechaduras e tubagens, a chuva dentro da sede, etc. A eleita da OCP lembrou a celeridade com que o atual governo já resolveu alguns dos problemas mais urgentes dos pescadores, como a máquina do gelo ou o guincho.
Liliana Silva lamentou ainda o “ataque feroz” feito na sessão ordinária do passado dia 28 de fevereiro da Assembleia Municipal, em que o presidente acusou este governo de ser “incapaz de lançar as dragagens quando tinha tudo pronto, o que não é verdade”, disse.
Em resposta, Rui Lages começou por acusar a vereadora de defender mais o atual governo do que os interesses de Caminha e dos caminhenses. O autarca esclareceu ainda que não incluiu outras reivindicações nesta recomendação por já o ter feito anteriormente numa moção aprovada por unanimidade em reunião de câmara. “O foco desta recomendação é o problema do assoreamento, esse sim urgente”, disse.
Rui Lages garantiu que não vão baixar os braços e que vão continuar “até que a draga entre pelo porto de mar e retire aquele banco de areia”.
Liliana Silva voltou a insistir que todos os outros problemas, que não são menos importantes, deveriam ser incluídos na recomendação, por se tratar da segurança dos pescadores no seu todo. Em relação às dragagens, a eleita da OCP lembrou que estas também não foram feitas em anos anteriores, não só em 2024.
Rui Lages decidiu manter a proposta inalterada mas “prometeu” insistir novamente com a Docapesca acerca dos outros problemas do Porto de Mar de Vila Praia de Âncora, alicerçado na moção que aquele órgão aprovou por unanimidade anteriormente.
Posta a votação, a recomendação foi aprovada pela maioria socialista com a abstenção da Coligação O Concelho em Primeiro.
Desassoreamento do Porto de Mar também foi assunto na última Assembleia Municipal
A recomendação aprovada em reunião de câmara veio no seguimento da sessão ordinária de 28 de fevereiro da Assembleia Municipal de Caminha, onde Hugo Martins, deputado do Partido Socialista, acusou os partidos no poder de “terem feito pouco” para resolver este problema urgente, “conhecido há anos”.
“Quem vai pagar as despesas aos pescadores por um erro que já deveria ter sido corrigido há anos?”, perguntou o deputado socialista.
Ricardo Cunha, deputado da Coligação O Concelho em Primeiro, aproveitou para devolver a pergunta ao deputado socialista, lembrando os anos em que o PS esteve no poder, nos quais nada pagou aos pescadores pelo assoreamento do portinho. “Porque é que não veio a este púlpito fazer essa questão anteriormente?”, questionou o deputado de direita.
Seguiu-se o já referido “ataque feroz ao governo”, assim nomenclado por Liliana Silva, por parte do presidente da Câmara Rui Lages, que acusou o governo de incompetência.
Excertos da última Assembleia Municipal de Caminha, realizada no passado dia 28 de fevereiro no Teatro Valadares.