Depois de ter perdido em 2023 uma candidatura para reabilitar as margens do rio Coura, a Câmara de Caminha aprovou ontem por unanimidade, um protocolo de cooperação com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que visa a realização do restabelecimento do leito daquele rio desde a Ponte de Vilar de Mouros e o Cais do Pego, bem como a reabilitação das margens.
Segundo o presidente da Câmara de Caminha, trata-se de um dos maiores investimentos feitos naquele rio, mais de um milhão de euros.
Para a oposição, depois de a câmara ter perdido uma primeira candidatura, “é uma vergonha” que só agora tenha trazido a reunião do executivo esta segunda candidatura, precisamente um dia depois do aviso ter fechado. Liliana Silva acusa a autarquia caminhense de não ter tido o cuidado de apresentar a candidatura dentro do prazo e afirmou que a mesma tinha sido prorrogada porque faltava a candidatura de Caminha, algo que o presidente da Câmara negou.

O presidente da Câmara, Rui Lages, começou por explicar o que contempla esta candidatura no valor de 1 milhão e 100 mil euros que, se for aprovada, terá uma comparticipação superior a 800 mil euros.
Sobre esta nova candidatura que já vem do ano passado, a vereadora da oposição, Liliana Silva, lamentou que só agora tenha sido apresentada e lembrou que a Câmara já tinha perdido uma em 2023 para a reabilitação das margens do rio Coura. “Se não fosse a prorrogação do prazo para mais 15 dias, Caminha voltaria a perder a possibilidade de intervir naquele rio e nas suas margens. Uma vergonha”, disse.
A eleita lamentou que esta nova candidatura não contemple, tal como a anterior, uma ecovia ao longo das margens do Coura, no entanto fez saber que a sua bancada iria votar favoravelmente.
Em resposta às questões levantadas pela vereadora da oposição, Rui Lages fez questão de dar alguns “esclarecimentos”, negando que o prazo da candidatura tenha sido prorrogado por causa da Câmara de Caminha. O autarca desculpa-se com a APA a quem acusa de se ter atrasado na entrega da minuta final.

Liliana Silva insistiu, e voltou a reiterar que o prazo para a entrega da candidatura tinha terminado no dia anterior e que tinha sido prorrogado por causa da Câmara de Caminha.
Segundo Rui Lages a Câmara não perdeu a candidatura, o que aconteceu foi que a Câmara teve de fazer opções. O autarca lembrou que para avançar com a intervenção a autarquia tinha de investir mais de um milhão de euros, um valor que na altura não dispunha já que estava a braços com os estragos causados pela intempérie.
Em desacordo, Liliana Silva disse que não foi por causa das intempéries que a Câmara perdeu a candidatura, “foi uma opção pessoal, deixaram tudo para a última e depois não tiveram capacidade para avançar”.
Câmara de Caminha a tentar, pela segunda vez, uma candidatura para intervir no rio Coura e suas margens.



