As obras efetuadas na Rua de São João e na Praça Conselheiro Silva Torres em Caminha, no âmbito do plano de recuperação do centro histórico da vila que custou 700 mil euros e decorreu entre 2019 e 2021, voltaram ao debate na última reunião da Assembleia Municipal de Caminha que se realizou na passada sexta-feira.
Três anos volvidos desde o término daquela empreitada, a Câmara admitiu que vai ter que voltar a intervir naquela zona devido a vários problemas detetados, nomeadamente ao nível do piso que se encontra bastante danificado com inúmeras lajes soltas.
A nova empreitada, a levar a cabo até ao próximo mês de setembro, que inclui também a retirada dos pilaretes na Praça Conselheiro Silva Torres onde já se verificaram inúmeros acidentes com transeuntes, e a construção de uma passadeira com piso podotátil, vai custar aos cofres da Câmara cerca de 60 mil euros, segundo a oposição, um valor que não está coberto pela garantia da obra levada a cabo há 3 anos.
O presidente da Câmara de Caminha não adiantou quando irão começar os trabalhos.
Como referimos, o tema voltou ao debate no período antes da ordem do dia da última Assembleia Municipal pela voz do deputado da Coligação o Concelho em Primeiro (OCP), Jorge Nande, que para além de questionar a data escolhida pela Câmara para levar a cabo esta intervenção, lembrou o “calvário” que foi a intervenção no centro histórico, uma obra que não resultou e que está a causar diversos problemas a quem por ali circula.
O deputado da oposição lembrou que já no ano passado a OCP tinha apresentado uma proposta para retirar os pilaretes, proposta que viria a ser chumbada pela maioria socialista na Câmara. Foi preciso mais um ano de vários acidentes com cabeças rachadas e pernas partidas, para a Câmara finalmente se decidir a retirar os tão “famosos” mecos.
Feita esta introdução, Jorge Nande dirigiu de seguida várias questões ao executivo acerca deste assunto.
Em conclusão, o eleito da OCP considerou que a obra efetuada na Rua de São João e Praça Conselheiro Silva Torres foi mal projetada e utilizada para os fins a que não se destina. Afinal a OCP tinha razão”, disse.
Em resposta à intervenção do deputado Jorge Nande, o presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, sem adiantar a data para o início da obra, começou por corrigir o valor gasto na rua de São João avançado pelo deputado da oposição, bem como o tempo que demorou a terminar a empreitada. De seguida Rui Lages admitiu que a obra em causa tem problemas e que cabe à Câmara retificar o que não está bem feito. Aliás, sublinhou que isso já tinha sido feito noutras ruas no passado, nomeadamente na rua da Corredoura em Caminha e na Praça da República em Vila Praia de Âncora.
O assunto não ficou por aqui e depois das explicações dadas pelo presidente da Câmara, o deputado da OCP Ricardo Cunha quis saber porque é que a Câmara demorou tanto tempo para decidir retirar os pilaretes e não o fez quando no ano passado a OCP alertou para o problema.
A resposta do presidente não se fez esperar.
A resposta do presidente da Câmara não convenceu o deputado Jorge Nande, que não tem dúvidas que a Câmara não aprovou a proposta da retirada dos pilaretes apresentada há um ano por se tratar de uma proposta da OCP.
Excertos da última Assembleia Municipal de Caminha realizada no passado dia 28 de junho.
