A Câmara de Caminha acusa de incúria o anterior executivo do PSD relativamente à condução do processo de constituição do CLDS Mais, Contrato Local de Desenvolvimento Social, que tem por missão o desenvolvimento de acções que promovam o emprego e o apoio à família.
Na última reunião do executivo, e em resposta a perguntas dos vereadores sociais democratas sobre o futuro daquele programa, o presidente da Câmara, o socialista Miguel Alves, responsabilizou a equipa do PSD pela perda de um financiamento de 75 mil euros e de ter gorado as expectativas dos parceiros do município, neste caso do Centro Social e Paroquial Nossa Senhora da Encarnação.
Em causa está a escolha do centro coordenador de transportes de Caminha para a instalação daquele e de outras valências sociais.
Disse o presidente da Câmara, em resposta lida, que os juristas da Câmara entendem que o contrato de doação ao município do centro de coordenador de transportes de Caminha, mas localizado em Vilarelho, estabelece que esse mesmo contrato só será válido enquanto funcionar naquele edifício exclusivamente o serviço de transportes, o que não aconteceria se lá fosse instalado o CLDS Mais:
Paulo Pereira era o autarca social democrata responsável no anterior executivo pelo pelouro da Acção Social e pela formalização da candidatura do CLDS ao financiamento de 75 mil euros.
O antigo vereador garante que o presidente da Câmara não está a falar toda a verdade sobre o processo.
Paulo Pereira diz ainda que a escolha do Centro Coordenador de Transportes para acolher o CLDS, mas também outras valências como o Banco Alimentar, uma loja social e até a repartição da Segurança Social, essa escolha foi feita ouvindo todos os parceiros sociais envolvidos no processo:
A Câmara de Caminha foi a responsável pela formalização da candidatura do CLDS Mais ao financiamento de 75 mil euros para compra de equipamento e recuperação de um edifício para a instalação do serviço, mas o papel de entidade executora cabia ao Centro Paroquial e Social de Vilarelho.
O antigo autarca afirma que, devido à reticencia daquela entidade em investir no centro coordenador de transportes, a decisão de avançar com o projecto ficou adiada para depois das eleições e ficou nas mãos já do actual executivo camarário, exigindo por isso, o antigo autarca, esclarecimentos sobre o que de facto se passou para se ter perdido o financiamento.
Quanto à utilização do Centro Coordenador de Transportes, garante Paulo pereira que, com base em pareceres jurídicos dos mesmos juristas da Câmara que agora dizem que é impossível, essa utilização era legal.
A Rádio Caminha decidiu ouvir também a entidade executora do CLDS Mais.
O presidente do Centro Social e Paroquial de Nossa Senhora da Encarnação, em Vilarelho, o padre Filipe Sá, confirmou à Rádio Caminha que foi aquela entidade que decidiu não avançar com a obra no Centro Coordenador de Transportes para ali instalar o CLDS.
Fica por esclarecer por que é que se perdeu, de facto, o financiamneto para a instalação do CLDS em Caminha, mesmo que num outro edifício, que não o Centro Coordenador de Transportes.
Mais de 50 mil euros estavam disponíveis para a realização de obras, verba que acabou por não ser aproveitada.