Dois lobos-ibéricos, animal protegido, foram encontrados mortos nos concelhos de Montalegre e dos Arcos de Valdevez, estando o Ministério Público a investigar, disse à agência Lusa o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Em resposta escrita, o ICNF “confirma que foi informado na quinta-feira da existência de dois cadáveres de lobo-ibérico na região Norte, um na zona de Montalegre [distrito de Vila Real] e outro na zona dos Arcos de Valdevez [distrito de Viana do Castelo]”.
“As circunstâncias em que ocorreram as mortes dos dois animais ainda vão ser apuradas. Não aparentando, contudo, haver qualquer relação entre elas“, refere o ICNF.
Fonte da GNR de Vila Real adiantou à Lusa que militares do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) de Chaves “recolheram uma carcaça” de lobo-ibérico na freguesia de Negrões, concelho de Montalegre, acrescentando que o animal foi transportado para o Instituto Nacional de Veterinária, em Vila do Conde.
Fonte policial revelou à Lusa que “apareceu morto com um tiro” o lobo-ibérico encontrado no concelho de Montalegre.
“Ao ter tido conhecimento dos dois cadáveres, o ICNF ativou de imediato o protocolo estabelecido no âmbito do Sistema de Monitorização de Lobos Mortos, que envolve este instituto, a GNR, o Ministério Público e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV)”, explica o ICNF.
Este organismo acrescenta que, no âmbito das suas competências, as equipas do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA/GNR) e os Vigilantes da Natureza (ICNF) presentes no terreno “desencadearam uma série de procedimentos de investigação, bem como a recolha dos cadáveres, que foram entregues ao INIAV para necropsia”.
“Procedeu-se também à elaboração do expediente das ocorrências a entregar no Ministério Público, nas Comarcas de Montalegre e dos Arcos de Valdevez”, refere o ICNF.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) lembra que em Portugal, “o lobo-ibérico (Canis lupus signatus) é, desde 1989, uma espécie estritamente protegida, quer por via de legislação europeia (Convenção de Berna e Diretiva Habitats), quer por via de legislação nacional (Lei nº90/88, de 27 de abril e Decreto-Lei nº54/2016, de 25 de agosto)”.