Em declarações à agência Lusa, à margem de um encontro com jornalistas no edifício Villa Moraes, em Ponte de Lima, sede da CIM Alto Minho, para apresentar o projeto, o secretário executivo daquela entidade, Bruno Caldas, adiantou que o objetivo é “alertar os tomadores do território para estas questões, sensibilizando em particular o público jovem”.
“A iniciativa visa sobretudo as crianças do ensino básico, que ajudarão a consciencializar, em casa, os adultos. As alterações climáticas não são um chavão, estão realmente a acontecer e é preciso sensibilizar para sabermos como atuar no nosso dia a dia, nos nossos comportamentos e nas diversas atividades setoriais”, alertou Bruno Caldas.
O projeto, que representa um investimento de 86.354 euros, desenvolveu uma exposição itinerante que irá percorrer os 10 concelhos do distrito de Viana do Castelo, promovendo também sessões de sensibilização relacionadas com a produção agrícola, económica, turística, cooperação transfronteiriça e de segurança do território.
“É importante termos trabalho feita na prevenção e combate às alterações climáticas para minimizar os riscos. Não vamos conseguir deter, mas pelo menos reduzi-los, sensibilizando a comunidade para os comportamentos mais adequados a adotar para estar menos exposta aos riscos”, observou.
No âmbito do projeto, financiado pelo Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (PO SEUR) e que termina no final do primeiro semestre deste ano, foi ainda criado um livro digital interativo que pretende ser um recurso a ser explorado nas atividades educativas e escolares.
No Alto Minho, os incêndios rurais e florestais “pela frequência de ocorrências e consequências dos seus impactes”, estão entre as principais preocupações resultantes das alterações climáticas.
Bruno Caldas destacou com igual importância “a diminuição do espaço da orla costeira, o aumento da temperatura média anual, as amplitudes térmicas, a diminuição da precipitação e o fenómeno de concentração da precipitação em períodos curtos o que conduz a um défice hídrico”.
A diminuição da disponibilidade de água, adiantou, põe em causa “a produção agrícola, com impacto nos ciclos vegetativos, num território de baixa densidade em que a paisagem agrorrural é dominante”.
A qualidade da água, com aumento de custos decorrente do seu tratamento para consumo humano, o aumento da erosão e perda de solo e de biodiversidade, constam também da lista de riscos associados às alterações climáticas.
“Atendendo à forte atividade turística, temos de trabalhar para sermos mais resilientes e conseguirmos manter um território verde, atrativo e seguro”, destacou o secretário executivo da CIM do Alto Minho.