A Comunidade Intermunicipal do Alto Minho (CIM Alto Minho) defendeu mais investimento e mais bolsas de investigação, no âmbito do NUTRIR, destacando o trabalho desenvolvido por este centro de transferência do conhecimento no setor agroalimentar da região.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da CIM Alto Minho, Manoel Batista, que é também presidente da Câmara de Melgaço, disse que as reivindicações vão ser apresentadas às ministras da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que vão visitar durante a tarde de hoje municípios do Alto Minho.
O NUTRIR – Núcleo Tecnológico para a Sustentabilidade Agroalimentar, criado há ano e meio e com sede em Melgaço, é um centro de transferência do conhecimento, um centro de competências, que junta o Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Universidade de Compostela, em Espanha.
Segundo o presidente da CIM Alto Minho, que agrega os municípios dos Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Paredes de Coura, Ponte da Barca, Ponte de Lima, Valença, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira, em ano e meio, o NUTRIR “cresceu e, neste momento, abrange todo o Alto Minho” com vários desafios e objetivos.
“Pôr ao serviço dos produtores, em primeira mão dos produtores da vinha e do vinho, que são, para nós, altamente significativos do ponto de vista da economia local. A vinha e o vinho têm crescido imenso nos últimos anos no nosso território. Mas também conhecimento na área da produção local, sobretudo na produção de carne, que está a crescer muito nos nossos territórios, [nomeadamente em] Melgaço, Arcos de Valdevez, Paredes de Coura, Ponte da Barca [e] Monção”, destacou Manoel Batista.
O presidente da CIM do Alto Minho salientou que o crescimento da “criação de carne em regime extensivo” nas montanhas da região, é fundamental haver a capacidade de “transferir conhecimento para os produtores e de criar condições para que tenham a oportunidade” de acrescentar valor.
“Estamos a falar de carne, sobretudo de raças autóctones, de grande qualidade, que pode realmente ganhar valor e trazer uma economia nova, muito mais potente, para os produtores e para os territórios. E, estamos a falar também, num conjunto de outros ativos, gastronomia, dos ativos ligados sobretudo à flora do Alto Minho, que podem ganhar imenso com a dinamização deste centro de transferência do conhecimento”, frisou Manoel Batista.
Nesse sentido, o presidente do CIM do Alto Minho defende que é necessário que haja mais investimento.
“Acrescentar investimento, ser capaz de trazer fundos, do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], ou não, para que uma iniciativa deste género, que está a ter uma ótima implementação no território, possa ser ainda mais desenvolvida”, sublinhou o autarca.
A CIM do Alto Minho vai também reivindicar a criação de mais bolsas de investigação, a somar às que já existem, designadamente, ao conjunto de 19 doutoramentos a desenvolver na região, que a UTAD celebrou, recentemente, com o IPVC.
“Aquilo que queremos dizer também às senhoras ministras é que é fundamental um investimento maior neste tipo de instrumentos de trabalho que estamos a criar e a desenvolver aqui no território, porque eles são absolutamente cruciais para o desenvolvimento harmónico, sustentável e real, do ponto de vista da economia, nos nossos territórios”, defendeu Manoel Batista.
Para o presidente da CIM Alto Minho “é importante e fundamental trazer conhecimento e massa crítica” para a região, com o objetivo de se alcançar uma “outra dinâmica”.
“Será essa a reivindicação de todos nós”, revelou Manoel Batista.