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Líder histórico do PS e ex-presidente da Câmara de Caminha marca presença na candidatura da OCP em Seixas

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Pita Guerreiro, o líder histórico do Partido Socialista em Caminha e ex-presidente de Câmara (1976-1993) assistiu à apresentação da candidatura da Coligação O Concelho em Primeiro (OCP) na freguesia de Seixas, liderada por Ilídio Pita, no passado dia 18 de Julho.

Pita guerreiro 1

José Joaquim Pita Guerreiro chefiou o Governo Civil de Viana do Castelo durante seis anos (2005-2011). Natural de Vilar de Mouros e residente em Seixas, Caminha, Pita Guerreiro foi também presidente da autarquia caminhense, no pós 25 de Abril, cargo no qual se manteve durante 17 anos. Foi deputado no Grupo Parlamentar do Partido Socialista na Assembleia da República, membro da Comissão Nacional do Partido Socialista, Presidente da Comissão Política Distrital de Viana do Castelo do PS, Presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Caminha, membro do Conselho Geral da CCDR-N e do Conselho Económico e Social e membro do Conselho Geral da Associação Nacional de Municípios.

No período de construção democrática e à frente dos destinos de Caminha, o autarca destacou-se pela defesa da ligação a Espanha com a construção do Ferry Boat Sta. Rita de Cássia, que acabaria por ser inaugurado em 1995 por Valdemar Patrício. Curiosamente, foi a atual gestão socialista, agora liderada por Rui Lages, que deixou apodrecer a embarcação no cais de atraque, sem qualquer alternativa para unir as duas margens.

Foi o primeiro autarca do distrito a apostar na requalificação da praça do município para peões e lazer com grandes esplanadas. Foi um sucesso. A requalificação da Praça Conselheiro Silva Torres foi ampla, transparente e publicamente discutida. Trouxe uma nova dinâmica à vila de Caminha e grande desenvolvimento ao comércio local. Levou a aprovação da Assembleia Municipal um regulamento para a ocupação do espaço público naquela praça, para regular o uso abusivo e a deterioração daquela área, de forma a preservar a sua imagem e valor histórico. O regulamento está na gaveta e a imagem atual do Terreiro é testemunha da decadência daquele espaço. Hoje são muitos os dias do ano em que, depois das 20 horas, não há sequer uma pastelaria aberta para tomar um café.

Depois do sucesso daquela intervenção, adquiriu ao arquiteto Ilídio Araújo um Plano de Pormenor para a requalificação e revitalização de todo o Centro Histórico da vila raiana, com a intenção de o implementar de forma faseada. O pormenor e o objetivo do documento é uma obra de arte sem qualquer continuidade. Nos últimos 12 anos, foram feitas várias obras avulsas, com vários problemas, sendo o exemplo maior a repavimentação da Rua de São João, uma obra mal executada e sem capacidade de atrair a Caminha o investimento necessário ao combate à desertificação no Centro Histórico.

Adquiriu ainda o município um estudo de trânsito, que nunca viria a ser implementado, com vista a resolver os problemas de circulação automóvel e a falta de lugares de estacionamento que permitissem disfrutar plenamente de todo este espaço de grande valor histórico e arqueológico na foz do Rio Minho. Hoje foram aumentadas as zonas pedonais, suprimidos cerca de 50 lugares de estacionamento na Rua de São João, sem a criação de mais um único lugar na vila de Caminha.

Licenciou vários bares na Rua Direita e uma discoteca, criando as condições para lançar aquela que se afirmaria como sendo a melhor noite de toda a região norte e uma referência no país. Veio assim a vida noturna completar a oferta turística que o concelho já oferecia com toda a zona da ribeira minho e das freguesias litorais, cuja referência maior é Moledo, por si só uma marca. Verões, natais, fins de ano e Páscoa ficaram na agenda e na memória de locais, veraneantes, turistas e de todos os que escolheram o concelho de Caminha para segunda habitação. Hoje quase nada resta daquela pujança e sobram problemas de falta de limpeza, atentado ao património e o maior de todos, a falta de segurança.

Construiu o primeiro mercado municipal de Caminha, provisório, com a intenção de o deslocalizar para Vilarelho, o que nunca viria a acontecer. Ainda assim, o mercado acabaria por ficar definitivo praticamente até ao seu fecho (2021) com todas as bancas ocupadas. Hoje o novo mercado municipal inaugurado em 2023 é outra obra envolta em polémicas e problemas, e com poucas bancas ocupadas.

Foi em 1982, sob a sua liderança, que a Câmara co-organizou uma das melhores edições do Festival de Vilar de Mouros, um fracasso económico mas um brutal sucesso cultural. O cartaz contou com U2, Echo & The Bunnymen e Stranglers. Ainda hoje o evento vive na sombra do arrojo das edições de 1971 e 1982, apesar do gigantesco esforço financeiro que o município tem feito nos últimos anos.

Muitas outras realizações marcaram a sua liderança, afirmando uma identidade a Caminha associada a uma terra de excelência. Pita Guerreiro lançou as primeiras pedras para aqueles que foram os tempos áureos mais recentes da localidade, sem qualquer tipo de comparação com a situação que hoje vive o concelho a todos os níveis.

A sua presença na candidatura da OCP em Seixas, um bastião do partido socialista no concelho de Caminha, demonstra certamente o desencanto com as políticas recentes da gestão do Partido Socialista e quer significar a necessidade de uma mudança de rumo para a sua terra, a começar por Seixas.

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