“…Al andar se hace camino
Y al volver la vista atrás
Se ve la senda que nunca
Se ha de volver a pisar
Caminante no hay camino,
sino estelas en la mar…”
António Machado Ruiz, Cantares
Um Caminho para Caminha
4. Educação
a. Criar em Caminha um Polo do IPVC
Olhamos para 12 anos perdidos em eventos, carnavais, festivais, jantaradas, CET’s de 369 mil euros esbanjados nos bolsos sabe-se lá de quem, 300 mil euros de contentores que não valem 80 mil, a apodrecer em frente ao novo mercado, tão novo que ainda não está todo a funcionar, mas degradado como se já tivesse 10 anos, a mirabolância dum hotel na ínsua que prolonga a sua degradação e vai acabar em indemnização ao promotor escolhido por Miguel Alves, o ferry boat encalhado na incompetência, inação e na lama nauseabunda.
Não é fácil ser otimista, pensando o que fazer para tirar Caminha do lodaçal, quando os outros concelhos do distrito tudo foram puxando para si, com o beneplácito comprometido daqueles que em Caminha, só esperam moedas de troca de mais valor pessoal.
Não se podem mudar as moscas apenas. Tem de se desassorear Caminha da lama onde as larvas procriam. E a área da educação pode ser um dos motores para o fazer. Com gente que tenha mundo e visão.
Mas nunca com aqueles que enchem a boca de feijoada e turismo e nem uma visita fazem à FITUR, uma das maiores feiras de Turismo do Mundo, já ali, em Madrid. A Guarda sim fê-lo e promoveu-se!
O Instituto Politécnico de Viana do Castelo, desenvolveu-se a partir dos anos 90 do século passado, ao toque da dinâmica dos autarcas do Distrito e duma rede de interesses académicos e empresariais, em cujo amanho os autarcas de Caminha dos últimos 30 anos nunca souberam participar.
O IPVC tem hoje Escolas/Polos em Viana, Ponte do Lima, Valença e Melgaço. São Escolas superiores de Educação, Saúde, Agrária, Tecnologia, Empresarial e Desporto. Muito caminho tem para andar e Caminha tem de fazer parte desse caminho.
Várias áreas educativas, que não existem no IPVC ou são apenas pequenos departamentos embrionários, podem e devem ser desenvolvidas como áreas educativas autónomas e críticas para o futuro.
Com apenas duas palavras se pode definir uma delas: Mar e Biodiversidade.
Caminha e os seus novos autarcas a partir de Setembro deste ano, têm de ter como um dos seus desígnios, a criação e Instalação no Concelho de Caminha, entre Vila Praia de Âncora e Moledo da nova Escola Superior do Mar e Biodiversidade do IPVC.
Basta tomar a decisão, definir os Objetivos, alinhar a Estratégia, Planear os Recursos e Ações e, com convicção, seriedade e competência, Agir.
Agora, é preciso Visão e Liderança, coisa que em Caminha não abunda entre aqueles cujo mundinho começa em Lanhelas e acaba em Riba de Âncora.
O Forte da Ínsua é um Laboratório Natural que as melhores Escolas do Mundo gostariam de ter disponível.
A bacia do Coura e Minho – pomposamente, mas sem qualquer efeito prático – classificada como reserva mundial da biodiversidade, é outro Laboratório Natural que muitos concelhos deste país saberiam potenciar.
Não será necessário recordar a dinâmica e atratividade que se multiplicam em projetos com esta visão. A ampliação da população estável ao longo do ano, a oportunidade para novas atividades económicas industriais e de serviços, o aumento das receitas fiscais do município, a criação de emprego.
Basta saírem do mundinho mesquinho entre Lanhelas e Riba de Âncora e visitar os polos do IPVC em Ponte de Lima, Valença ou Melgaço. Saiam da ilha para a poderem ver!
Carlos Novais de Araújo
25 de Janeiro de 2025