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Caminha Municipality
Sábado, 10 Maio, 2025
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InícioOpiniãoEstá na altura de se criarem pontes e acabar com os muros....

Está na altura de se criarem pontes e acabar com os muros. O concelho precisa de uma mudança de estratégia.

Olhando para o concelho de Caminha fica-nos sempre uma certeza: somos o território mais bonito de todo o distrito.

Fomos abençoados pela mãe natureza com tudo o que precisávamos para sermos um concelho próspero.

Plantados à beira mar temos a imensidão do oceano a abrir-nos portas ao mundo.

Banhados pelo Rio Minho, tivemos a sorte de sermos a foz deste imensurável valor acrescentado que é toda a Ribeira Minho.

O Rio Coura e o Rio Âncora acrescentam ainda mais valor ao nosso concelho.

A nossa serra é de uma beleza de cortar a respiração, com paisagens magníficas e um potentado ambiental e paisagístico.

E agora fica a reflexão que se impõe. Se temos tudo isto, porque somos um concelho parado no tempo?

Vou deixar só alguns considerandos, porque esta reflexão merece acima de tudo, uma discussão positiva, abrangente e madura sobre o tema.

Uma discussão sobre o que queremos para o concelho de Caminha, independentemente de partidos políticos. Aqui contam as nossas gentes e o nosso território.

É preciso amar o concelho de Caminha para o colocar à frente de tudo.

Num jogo de xadrez, podemos ter peças de ouro, mas se não as soubermos posicionar certamente perderemos para um outro player que jogue até com peças de plástico.

Se temos um mar, temos que aproveitar a nossa posição geoestratégica para criar equipamentos de apoio a atividades e empresas que possam dinamizar o tecido empresarial do nosso concelho, criando postos de trabalho, melhores condições de vida e assim fixar cá cada vez mais população.

Eu acho importante apostar na indústria do turismo. Mas não podemos continuar a acreditar que uma indústria que funciona intensamente, há décadas, três meses por ano, irá resolver os problemas do nosso concelho.

Os Rio Âncora e Coura têm um valor enorme em termos de possibilidade de fruição por parte de quem nos poderia visitar durante o ano inteiro e não só no verão. Criar passagens e ciclopedonalizar as margens destes rios era importante para fazer crescer em termos económicos as freguesias banhadas pelos mesmos.

Não se pode aceitar, que tenham perdido uma candidatura de mais de 1 milhão de euros para reabilitar as margens do Rio Coura, por inércia do executivo em funções.

Para justificar o erro de terem perdido esta candidatura, o presidente da câmara Rui Lages alegou que não avançou porque precisava de dinheiro para recuperar as estradas das intempéries.

Ora vejamos, durante o ano de 2023, praticamente não fez nada na recuperação das estradas. Perdeu a candidatura de reabilitação das margens do Rio Coura porque os prazos já não eram possíveis concretizar por causa do atraso. Ou seja, uma justificação para a perda da candidatura pouco plausível, no mínimo.

E no que diz respeito às intempéries toda a gente sabe que esperaram pelo dinheiro da CCDRN para iniciar as obras de maior monta.

Nunca houve a coragem política de assumir que se precisava de cortar no que é acessório e prescindível para fazer face à recuperação das vias danificadas pelas intempéries. Não. Optaram por dizer que deixavam cair um projeto que teria sido estruturante para o concelho, para fazerem o que afinal não fizeram.

À nossa serra falta uma política séria de captação e fixação de habitantes, assim como a criação de equipamentos e infraestruturas que pudessem captar pessoas o ano inteiro.

E a nossa Ponte ?!
Onde anda a ponte que o concelho de Caminha tem direito?

Viana do Castelo terá mais uma ponte, desta feita por inscrição no PRR. Apesar de ficar numa zona da Rede Ecológica Nacional, o governo classificou como Projeto de Interesse Nacional e assim conseguiram a sua aprovação. Haverá medidas de mitigação, obviamente, mas pode ser compatibilizado.

E no concelho de Caminha?

Porque é que no nosso concelho não pode haver uma discussão positiva séria, e repito: madura e abrangente, sobre a necessidade de uma ponte que nos ligue a Espanha.

Porque é que o argumento de desenvolvimento socio económico só serve para terem mais pontes nos outros concelhos e para o concelho de Caminha não serve?

Um ferryboat parado e a apodrecer no cais não dignifica o concelho de Caminha e mostra o desleixo e o desinteresse com que este executivo olha para este nobre território.

Uma ponte que nos ligasse a Espanha traria mais valias para todos.

Trocas comerciais, económicas, empresariais, turísticas, culturais, à distância de 1.8 km de distância.

Está na hora de acreditar e de ajudar quem acredita a fazer mais pelo concelho de Caminha.

Há muito a fazer, mas, como num jogo de xadrez, temos que colocar as peças na posição certa para ganharmos o jogo do progresso, da captação de empresas e criação de postos de trabalho, fixando assim mais população no concelho de Caminha.

Todas as grandes caminhadas começam com um primeiro passo e esse passo tem que ser estratégico e enérgico.

O concelho de Caminha merece!

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