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Segunda-feira, 16 Junho, 2025
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Câmara de Caminha não planeia combater invasora

A Câmara de Caminha não tem qualquer plano para combater a háquea, uma espécie invasora que está a tomar conta da Serra d’Arga, que as autarquias locais querem classificar como Área de Paisagem Protegida. Toda a floresta do litoral português está a ser invadida pela háquea-picante. A espécie de arbusto é uma das pragas em forte ascensão no país, pondo em risco tanto os ecossistemas, como os cofres do Estado.

O problema é que nas zonas onde é muito densa, a háquea dificulta a vida às outras espécies de flora e fauna, provocando a desertificação.

Foi devido a essas características que a háquea-picante foi introduzida no distrito de Viana do Castelo pelos serviços florestais, que inicialmente a utilizaram como sebe para evitar que os animais destruíssem as plantações de pinheiros.

Uma das particularidades desta espécie de arbusto é conseguir sobreviver apenas em zonas xistosas. Arga de São João e Arga de Baixo, duas aldeias da Serra d´Arga, são particularmente afectadas pela praga que foi combatida pela Câmara de Caminha no anterior mandato, quando o PSD estava à frente da autarquia, com recurso ao fogo e à queima dos arbustos.

Um método que o actual vereador responsável pelo pelouro do Ambiente, Guilherme Lagido, anterior director do Parque Natural do Litoral Norte, diz não ser eficaz.

Uma opinião que não é partilhada pela bióloga Elizabete Marchante, uma das co-autoras do Guia Prático para a Identificação das Plantas Invasoras em Portugal.

Graças a estudos realizados em África do Sul, um país onde as infestantes causam graves problemas, concluiu-se que o melhor método é utilizar o fogo controlado para obrigar a árvore a morrer e a libertar as sementes. Mas, depois, adverte a bióloga, é necessário fazer um novo fogo para garantir que as sementes que germinaram não voltam a invadir os terrenos. Por isso, “o mais indicado é cortar as háqueas, colocá-las num mesmo local e realizar a queimada numa área pequena que possa facilmente ser controlada”.

O actual vereador com o pelouro do Ambiente na Câmara de Caminha confessa que já ouviu outros especialistas e nenhum deles apresentou uma solução convincente. O autarca admite que a háquea é uma preocupação.

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