Amanhã Portugal Celebra 880 Anos da sua afirmação como País, com a assinatura do Tratado de Zamora. No entanto, todas as entidades oficiais portuguesas celebrarão o regime republicano, instalado há apenas 113 anos. Não será mais do mesmo, a autoelogiarem-se?
Com a instauração da Républica em 5 de Outubro de 1910 o que resultou?
-Entre 1910 e 1926 sete parlamentos, oito presidentes da República, 45 governos, e 40 chefias de governo, ou seja 16 anos de Anarquia Institucional, atravessando uma guerra mundial, uma pandemia e a grande depressão económica;
-Entre 1926 e 1933, uma Ditadura inicialmente Militar que culminou na Constituição que Fundou o Estado Novo, ou segunda Républica;
-Entre 1933 e 1974, o Estado Novo, Ditadura Autoritária, Autocrática e Corporativista, derrubada pelo golpe militar dos capitães e majores de carreira;
-Desde o 25 de Abril de 1974 até hoje, uma Democracia Parlamentar, num regime designado por Semipresidencialista, mas que na realidade, quando há maiorias absolutas, tem no Presidente uma mera figura representativa, menor que um Rei;
Ou seja, os Republicanos, cada vez menos Socialistas e Laicos, celebram o 5 de Outubro que lhes deu acesso ao poder e ignoram propositadamente o 5 de Outubro que criou o Estado-Nação mais antigo do mundo.
Para isso há o 25 de Abril, para celebrar o fim da ditadura, a universalização de direitos, a democracia participativa. Porque fazem questão de ignorar 1143?
Qual a vantagem para o Povo Português em ter um Presidencialismo Parlamentar em lugar de uma Monarquia Parlamentar como a Inglesa, a Espanhola ou as Nórdicas? Separação de Poderes é retórica, veja-se como a justiça Não Funciona.
A verdade é que é muito mais fácil um regime Presidencial ou Semipresidencial se tornar numa ditadura do que uma Monarquia Parlamentar. E os tiques estão lá todos, cada vez que o Povo dá uma maioria parlamentar, ou numa Câmara Municipal, a algum partido sozinho. Veja-se a promiscuidade com a Igreja.
Pinhal do Rei, Leiria, 4 de Outubro de 2023