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Sexta-feira, 29 Março, 2024
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RIVIERA, um ícone da pastelaria caminhense

Se já veio a Caminha e não provou o famoso palmeier coberto ou o delicioso bolo entrançado da Pastelaria Riviera não sabe  o que anda a perder. As iguarias têm fama e também têm proveito, garante quem já provou.
Mas estes são apenas dois exemplos das muitas iguarias expostas na vitrine. Quem olha fica com água na boca e vontade de provar tudo… e o difícil é mesmo escolher…!

Situada em plena zona nobre da vila de Caminha, a Praça Conselheiro Silva Torres, a Riviera é uma das pastelarias de referência no concelho e conta com mais de 40 anos de existência. Fundada por Francisco Ferreira, há um ano a Riviera mudou de gerência.
O Empreende + foi conhecer os bastidores deste local imperdível.
A nova proprietária, Sónia Ferreira, contou ao Jornal C como entrou nesta “aventura”, uma decisão rápida, tomada no regresso de umas férias, a muitos pés de altitude, mas com muita convicção.
“ Fui de férias com a minha família e no voo de regresso a casa, comuniquei que não ia trabalhar mais para a empresa onde estava. Ficaram a olhar para mim e disseram que eu era doida, mas não me importei, a minha decisão estava tomada
Eu trabalhava como gestora de logística internacional e a minha vida resumia-se a escritório e viagens e mais viagens e mais escritório e eu estava a ficar cansada.
Quando cheguei dessas férias a primeira coisa que fiz foi despedir-me. Passado um mês soube que o Sr. Francisco queria passar a Riviera e dois meses maia tarde fechamos negócio. Na altura a única certeza que eu tinha é que queria fazer uma coisa diferente e acabei por vir parar aqui”.
E em boa hora o fez porque Sónia Ferreira garante que as saudades do escritório não são nenhumas e a experiência está a ser muito boa apesar das dificuldades que vão aparecendo.
“Confesso que no início não foi fácil, chorei muitas vezes. Satisfazer os clientes nem sempre é fácil, tive que formar uma boa equipa tanto cá dentro como lá fora e isso são coisas que levam o seu tempo. Depois sabe como é o contato com o público não é mesma coisa que estarmos num escritório, mas vamos aprendendo”.


Ao todo a equipa da Riviera é formada por 12 pessoas entre as quais se contam 2 pasteleiros, 1 padeiro, vários funcionários de balcão e copa e inda a D. Júlia Faria, a funcionaria mais antiga da pastelaria e também o braço direito de Sónia.
“Aqui toda a gente sabe que o que a D. Júlia diz é lei. Se eu não estiver as ordens dela são para cumprir. Ela é a alma desta casa, sabe onde está tudo e é uma grande conselheira”, revela a proprietária.
A D. Júlia entrou como funcionaria da Rivieira há mais de 40 anos para trabalhar como empregada de limpeza, hoje sabe fazer um pouco de tudo. É das mãos dela que sai o incomparávelo doce de ovos que cobre os famosos palmiers ou recheia o entrançado, o creme pasteleiro e muitos outros, tudo feito de forma tradicional. Mas o trabalho da D. Júlia não se fica por aqui, tudo o que é cozinha é feito por ela.
“Eu faço o que é preciso, desde os bolos de bacalhau, a várias qualidades de pasteis, cozo e tempero as carnes para as empanadas, ainda há pouco estive a esfiar 6 frangos, faço sopa, enfim, um pouco de tudo”.


Na bancada de pedra o padeiro dá voltas à massa… estica de um lado, estica do outro, corta aqui e ali vários quadros que estão prontos a entrar no forno. Daniel explica-nos que não se trata de um pão comum, tem características que o distinguem dos demais.
“O pão baseia-se na junção de matérias primas como é o caso da farinha e da água que são a base de qualquer pão. O que depois os distingue é a qualidade da matéria prima que é utilizada. No caso deste pão que estou agora a fazer é 100 por cento natural, feito à base de trigo e fermento natural. É um pão de levedação lenta, mais ou menos 18 horas e não tem qualquer componente químico. O pão da casa feito à base de massa mãe é o nosso ex-libris e é sem dúvida um pão que eu recomendo”.
Ao pão da casa juntam-se outras especialidades como é o caso da baguete rústica, do pão de alfarroba, cacetinhos de abóbora e grão de bico, para além do pão normal”, explica.


Na outra ponta da mesa de pedra Jorge Vilas Boas, o chefe pasteleiro da Riviera, prepara um entrançado enquanto nos conta que veio trabalhar para a Rivieria era ainda rapazito. Tudo o que sabe aprendeu a ver os outros fazerem. Não tem nenhum curso especifico mas para ele a pastelaria também não tem segredos e os poucos que existem dá conta deles nas formações que vai fazendo sim, porque isto da pastelaria também vai evoluindo e é preciso acompanhar.
“Eu estou aqui há 33 anos embora tenha saído durante 3. Vim para aqui muito novinho para limpar formas e tabuleiros e o que hoje sei fui aprendendo com o pessoal que estava aqui a trabalhar. Entretanto essas pessoas mais velhas foram saindo e eu fui substituindo essas pessoas e cá continuo.
Quando surgem produtos novos ou novas técnicas fazemos formações para podermos acompanhar porque este é um mercado que está sempre a evoluir”.
Outro dos pasteleiros da Rivieira é o Xavier que também já desempenhou as funções de empregado de mesa. Está na Riviera há 23 anos e entrou pela mão de Jorge Vilas Boas.
“Foi ele que me trouxe para aqui quando eu tinha apenas 13 anos para o ajudar e foi com ele que aprendi. Estive muito tempo a servir às mesas mas quando apertava cá dentro, principalmente no Natal e da Páscoa, eu vinha ajudar e aprendi muito”, revela.

Com o Natal à porta, por estes dias a Pastelaria Riviera trabalha a todo o vapor para que não faltem os tradicionais doces de Natal nas mesas dos clientes.
Ao tradicional Bolo Rei, junta-se o de Gila, de Chocolate, o de frutos secos e este ano a grande novidade é o bolo rei de chocolate branco com fios de ovos. Mas também há sonhos e vários tipos de rabanadas, inclusivé uma feita especialmente para crianças.
A outra grande novidade são os semifrios de Natal que prometem fazer as delicias dos palatos mais exigentes.
Manter a tradição mas com os olhos sempre postos nas novas tendências, é a grande aposta da Pastelaria Riviera. Para isso os seus funcionários fazem formação constante para que os produtos que apresenta aos clientes sejam cada vez mais saudáveis sem perder a qualidade.


“Hoje em dia as pessoas estão muito atentas a essa questão dos produtos saudáveis e nós temos que acompanhar essa tendência apresentando produtos Vegan, Ligth, sem gluten e por aí fora. A pensar nisso e uma vez que não temos nenhuma pessoa com especialização, brevemente irei fazer um curso de um ano na Cordon Blue em Londres para que a Riviera tenha uma pessoa especializada nessa área. Julgamos que é uma mais valia muito importante para a nossa empresa”, explica a proprietária.
Comer um bolo ou um pão saudável e com qualidade é possível, garante Sónia Ferreira. “É para isso que estamos e vamos continuar a trabalhar sem nunca perdermos a nossa identidade”, remata.

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