Estamos de volta ao contacto com os nossos leitores, para mais uma longa caminhada em 2024, ano este muito importante para Portugal e para todos nós, também! A nossa saúde é um factor e uma condição essencial, para que possamos viver, com qualidade e anos de vida, nesta nossa caminhada na vida terrena.
Uma pergunta simples: Já se vacinou contra a gripe sazonal e convid-19?
Temos assistido a uma procura e congestionamento dos Serviços de Urgência dos Hospitais, numa escalada que vem sendo “crónica”, particularmente nesta altura do ano, para além de outras. Isto é ciclo! Este ano estamos a assistir a um fenómeno aumentado, com doentes com síndrome gripal, porque a “campanha de vacinação” está a falhar.
O Ministério da Saúde, através da Direcção Executiva, entendeu e decidiu que as Farmácias passassem a vacinar a População. Esta “campanha falhada”, custa exorbitantes milhões de euros ao Orçamento e ao Estado, pago por todos nós, quando toda a vacinação era feita, e bem, nos Centros de Saúde e suas Unidades funcionais, a custos reduzidos. Mas a opção do Ministério e do Governo falhou! E os resultados estão aí! Lamentavelmente, os indicadores demonstram um aumento de mortalidade, cujos óbitos estão acima do expectável, como admitiu a Direcção Geral da Saúde (DGS). E ainda não atingimos o pico da gripe sazonal. A taxa de cobertura vacinal continua baixa! Vamos aguardar a evolução dos próximos dias, mas é assustador!
Neste sentido o final de 2023 e o início de 2024 veio demonstrar o caos no planeamento e na gestão da saúde, com doentes a recorrerem aos serviços de urgência, com tempos de espera na ordem das 8, 10, 16 e mais horas, para atendimento e a ficarem internados em macas, nos corredores dos serviços. Segundo a Comunicação Social e Familiares, até doentes oncológicos ficaram deitados no chão! Tristeza e pobreza absoluta! Este estado de coisas cria um sentimento de revolta enorme!
Portanto, em síntese, pelo que conhecemos, a decisão da Direcção Executiva e Ministério da Saúde, de pôr as Farmácias comunitárias a vacinar, ao que parece, quando muitos davam certezas, falhou estrondosamente. O Médico Dr. Filipe Frões, afirmou à Comunicação Social que “a maioria das pessoas internadas em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI), tinha gripe e não tinha vacinação”. Este Médico fez um paralelo de comparação com a taxa de cobertura vacinal de 2019 e diz que “na faixa etária acima de 60 anos era superior a 70% e este ano, com dados preliminares, a cobertura é de 62%”.
Convém lembrar que, a questão da gripe sazonal, provocada pelo vírus Influenza, associada a outras comorbilidades, que as pessoas idosas possuem, cria uma situação preocupante, de grande debilidade, dependência e que potencialmente aumenta o risco de morte, e por isso, a taxa de óbitos é elevada. Registar que neste ano de 2024, entre 1 e 7 de Janeiro, foi o período em que ocorreu mais óbitos, quando comparado com os últimos 3 anos. Há registo de mais 1700 óbitos no espaço de 16 dias. Daí a razão, de se colocar a questão do planeamento atempado, e de uma “campanha de vacinação” massiva, como os Cuidados de Saúde Primários (CSP) sabem fazer muito bem, e onde se deveria vacinar toda a População, para prevenir “males maiores” e a imunidade de grupo poder funcionar. Parece-me oportuno adoptar o uso da mascara facial, para evitar circulação e contágios do vírus.
Todas estas questões, dificuldades, embaraços e atrasos, não são questões do foro técnico ou erros dos seus Profissionais de Saúde. São más decisões políticas, falta de planeamento e erros políticos. São opções políticas erradas! É inconcebível que se crie uma Direcção Executiva com custos orçamentais brutais, cujo nome é apenas diferente, mas na essência, é o segundo Ministério da Saúde, no Porto e, o primeiro Ministério da Saúde em Lisboa, com dois Secretários de Estado, todo o seu staff, mais outras chefias e inúmeros cargos de nomeação política, em contraponto com o que se vê pelo país fora, onde se encerram urgências, maternidades e serviços essenciais e de proximidade ao Cidadão. Não se admitem, antes pelo contrário, deixam-se sair/fugir, Enfermeiros e Médicos do SNS. As carências de pessoal são evidentes, as dotações seguras dos serviços estão por cumprir e respeitar. Ouvimos todos os dias os cidadãos utentes a queixarem-se, com as reais dificuldades que vivem e sentem no seu dia-a-dia, no entanto, vamos ouvindo o Partido Socialista e o seu Governo dizer, que está tudo melhor. Está tudo bem! Um congresso do PS a vangloriar-se do passado. Sim, um passado que todos vimos e sentimos, de má gestão e corrupção, de destruição da saúde e desmantelamento do SNS, de destruição da Educação, da Justiça e inúmeras dificuldades no presente e para o futuro na Segurança Social, para não falar da Administração Interna, Polícias e GNR.
Infelizmente, estamos a viver momentos muito difíceis e delicados, fruto de um desgoverno, de um adiar decisões, de falta de planeamento e de uma irresponsabilidade major deste Ministério da Saúde e Governo Socialista (8 anos), onde se desmantelou o SNS, tornou a Saúde distante e frágil dos Portugueses e teima em propagandear facilidades sustentadas em mentiras e incertezas, que a todos nós, nos afectará.
Se em 8 anos de Governo, e uma maioria absoluta, não foi o Partido Socialista capaz de melhorar e oferecer soluções na Saúde, na Educação, na Justiça, o que terá agora, mais, para dar, enganando, e oferecendo a frase gasta “agora é que vai ser! Vai ser? Sim, se mudarmos de Governo e de políticas de esquerda, velhas e gastas! Porque de outra forma, votando nos que estão, o desmantelamento da Bandeira Portuguesa, de Portugal e dos serviços conquistados com a Democracia, vão sucumbir à política da mordaça, da perseguição e do compadrio, praticado pelo Partido Socialista
Humberto Domingues
Enf. Espec. Saúde Comunitária
2024.01.10