Foi há 50 anos que nasceu pela mão do médico Vilarmourense António Barge a primeira edição do Festival de Vilar de Mouros que ficaria para a história como o “Woodstock” português, numa alusão ao mítico evento realizado em 1969 nos Estados Unidos.
Foram 3 fins de semana que mudaram para sempre a história de Vilar de Mouros e não só…
O evento, idealizado pela família Barge, coincidiu com o ano do IX centenário da entrega de Vilar de Mouros à antiga Diocese de Tui.
Houve que considerasse “louca” esta iniciativa do médico de Vilar de Mouros mas ,como o próprio António Barge costumava dize: “Sem loucura o que é o homem?”
O evento reuniu milhares de pessoas, cerca de 30 mil, na sua maioria jovens entre as quais muitos hippies oriundos de vários pontos da Europa.
Foi um festival feito de amor e por amor. Realizou-se de 31 de julho a 15 de agosto e o Dr. Barge fez questão que fosse um evento eclético, para todos os gostos.
Na sua edição original, o Festival apresentou um alinhamento musical variado, cobrindo as áreas de música tradicional, do fado, pop e rock e até da música clássica.
A grande estrela da primeira edição foi o já na altura excêntrico Elton John , o músico britânico que se viria a revelar um dos melhores do mundo. Atuou no dia 8 de agosto de 1971 no fim de semana dedicado à música moderna. e o bilhete custou 100 escudos.
Quem assistiu ao primeiro grande Festival de Vilar de Mouros, recorda com saudade e emoção, o espírito vivido naquele ano, onde jovens conviveram uns com os outros em pleno clima de paz, amor, e liberdade.
Mas não foram só hippies e jovens anónimos a passar pelo recinto de Vilar de Mouros para assistir ao primeiro grande festival em Portugal. Consultadas algumas crónicas publicadas no Jornal “O Caminhense” da época, ficamos a saber que muitas outras figuras ligadas à cultura portuguesa marcaram presença no evento, como foi o caso de Nátália Correia, David Mourão Ferreira, Joly Braga Santos, António Vitorino de Almeida, Olga Prats, entre outros.
E assim em 1971, numa pequena aldeia do norte de Portugal que dava pelo nome de Vilar de Mouros, se fazia história…
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