A Câmara Municipal de Viana do Castelo assinou ontem o protocolo de colaboração com a família proprietária da Capela das Malheiras para valorizar a Capela das Malheiras. Este protocolo integra o programa “Valorizar o Património” que, numa primeira fase, está a privilegiar alguns edifícios que apresentam algumas condições de risco ou desadequadas, designadamente risco de colapso físico, acesso e circuito condicionados, obras de arte em avançado estado de deterioração, ausência de conteúdos e sinalética.
O protocolo vai assim permitir apoiar as obras de reabilitação daquela capela, que integra o palacete mandado executar por Gaspar Malheiro Reymão em 1758 e do qual a capela é um excelente exemplo do rococó português, tendo sido mandada construir D. António do Desterro, à época Bispo do Rio de Janeiro. A sua fachada é da autoria de Nicolau Nasoni e o retábulo de talha do altar é um dos melhores exemplos do estilo rococó minhoto.
O protocolo integra assim um conjunto de oito espaços (Igreja de S. Domingos, Capela de Nossa Senhora da Agonia, Capela de Santa Catarina, Capela das Malheiras, Igreja de S. Pedro de Serreleis, Igreja de S. Tiago de Castelo de Neiva, Cruzeiro de Santa Marta de Portuzelo e Cruzeiro de Nosso Senhor da Saúde em Vila de Punhe), onde as necessidades estão avaliadas em cerca de 300 mil euros.
O programa abrangente de valorização de Património construído tem por objetivo qualificar espaços de valor arquitetónico, histórico e artístico relevante para o território; dinamizar o potencial cultural destes espaços enquanto locais privilegiados de fruição cultural; e promover e valorizar os espaços referidos enquanto locais de visitação e atratividade turística. Os diferentes apoios, protocolados com as diferentes instituições, tem ainda previstas ações de fruição cultural de carácter diverso (concertos, visitas guiadas), de modo a abranger diferentes públicos.
Este programa tem em conta que o Património Cultural de um território constitui a mais importante marca identitária do mesmo e que a conservação, recuperação, valorização ou divulgação deste torna-se um imperativo e também um dever para com os vindouros na transmissão de uma herança verdadeiramente fundacional, para além de desempenhar um papel fundamental no desenvolvimento policêntrico dos territórios e na coesão territorial.
De lembrar que o Património Cultural Religioso e Monástico assume particular relevância no concelho pela antiguidade, pela excecionalidade da arquitetura e da arte integrada, pelo testemunho de outras épocas e de outras mentalidades e porque se configuram como locais de enorme potencial para o conhecimento da ciência e da cultura.