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Quarta-feira, 14 Maio, 2025
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“Um boletim de Voto tem mais força que o tiro duma espingarda”, Abraham Lincoln

No dia 30 de janeiro somos mais uma vez chamados a exercer o dever e o direito de votar. E vamos votar em quê, para quê e porquê?

voto - carlos novais

Vamos votar numa sigla e num símbolo, por detrás dos quais está uma lista de candidatos a deputados pelo nosso distrito. Uns conhecemos da televisão, outros porque foram presidentes de algumas das nossas câmaras e a maioria não sabemos sequer quem são. É para isso que serão contados os nossos votos: somados nos totais do distrito, serão re-partidos pelo método d’Hondt pelos 6 lugares de deputados que o Distrito de Viana do Castelo elege.

Nos últimos 20 anos apenas o CDS-PP elegeu 1 deputado por 2 x, de resto apenas PS e PPD/PSD os elegem. E nem BE nem PCP-PEV estiveram nunca, sequer perto, de poder eleger um deputado que fosse. Esta é a realidade aritmética, crua, mas irrefutável: todos os votos em outros partidos além do PS e PPD/PSD são votos perdidos que não terão nenhum efeito no número de deputados pelo Distrito de Viana do Castelo, na Assembleia da Républica.

Eleitos os deputados pelo distrito, integram-se em grupos parlamentares com estruturas hierárquicas e regras de funcionamento próprias que só lhes deixam liberdade de voto e até de iniciativa, em questões morais ou menores. Vagueiam pelos passos perdidos e poucas intervenções de fundo se lhes conhecem.

Outra coisa é a possibilidade de um desses deputados, integrante do partido ganhador que venha a formar governo, ir a Ministro ou a Secretário de Estado. Aí, o distrito tem a esperança que alguma deferência ou benfeitoria possa obter. Mas, desenganem-se, Ministros cabeças de cartaz podem não ir a Ministros outra vez e mesmo que o sejam, são muito poucas as discriminações positivas conhecidas que resultam dessas escolhas.

Resolvido em quê votar e para quê votar, vamos ao que realmente me importa: Porquê Votar?

Votar é um ato íntimo e secreto, resultado da nossa consciência, valores, princípios e anseios. Aprendemos dos nossos mais velhos o valor do voto como a expressão máxima da liberdade individual. Umas vezes inconsequente, outras vezes decisivo, mas sempre um ato de consciência.

Votar não pode ser um ato de medo. De perder a reforma (que nunca se vai perder no horizonte da nossa vida) ou de ter que emigrar para melhorar a vida (porque nenhum Governo tem o poder de resolver em 4 anos este problema estrutural). O medo do comunismo do PREC ou o medo do fascismo e da censura, já não existem.

Votar é um ato de fé e de crença. Em que acredito, que país quero deixar para os meus filhos e netos? Em quem acredito, quem é homem ou mulher de palavra? Que sociedade quero para evoluir profissionalmente, para constituir a minha família, para educar os meus filhos?

A 2 semanas das eleições, ainda não tenho todas as respostas para aquelas perguntas, mas uma coisa tenho certa, vou votar, em consciência, na intimidade da cabine de voto e, nessa noite, vou analisar os resultados.

Ficarei contente se a tendência da maioria coincidir com a minha escolha, mas, mesmo que tal não aconteça, dormirei tranquilo, porque terei honrado as mulheres e homens que no passado lutaram por este direito e não terei deixado para outros a decisão quanto aos meus princípios, valores e visão para Portugal.

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